OE2022. Défice orçamental ficou 3,5 mil ME abaixo da meta

O défice orçamental de 2022 ficou 3,5 mil milhões abaixo do estimado pelo Governo, devido ao crescimento da receita superior ao da despesa, segundo os dados publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Notícia

© shutterstock

Lusa
24/03/2023 14:58 ‧ 24/03/2023 por Lusa

Economia

Défice Orçamental

Na proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), o Governo previa para 2022 um défice orçamental, em contabilidade nacional, de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), o correspondente a uma necessidade de financiamento de 4.430 milhões de euros.

Na estimativa preliminar divulgada hoje, o INE revela que, contudo, o défice do ano passado se situou em 0,4% do PIB, o correspondente a uma necessidade de financiamento de 944,4 milhões de euros.

A diferença entre o estimado no Orçamento e o executado aponta para uma diferença nas necessidades de financiamento de cerca de 3.486 milhões de euros.

O INE assinala que o saldo em contabilidade pública apresentou uma melhoria significativa em 2022, que se refletiu, em contabilidade nacional, num crescimento da receita (10,2%) superior ao da despesa (4,4%).

Segundo o organismo de estatística, face ao ano passado, o aumento da receita decorreu, "essencialmente", da evolução positiva da receita fiscal e contributiva, "refletindo a recuperação da atividade económica e do mercado de trabalho face a 2021, ainda condicionado pelo contexto pandémico".

Já a despesa reflete, por um lado, os efeitos da redução de algumas medidas implementadas durante a pandemia, mas também de "novas medidas de mitigação dos efeitos dos elevados preços de diversos bens e serviços, nomeadamente bens energéticos, em consequência do designado choque geopolítico".

No relatório do "Procedimento dos Défices Excessivos", divulgado hoje pelo INE, o Governo mantém a estimativa do défice orçamental deste ano nos 0,9%, conforme previsto no OE2023.

Mantém também a previsão, para este ano, de um rácio da dívida pública face ao PIB de 110,8% (113,9% em 2022), previsão esta que poderá ser ou não atualizada no cenário macro económico do Programa de Estabilidade, que terá de dar entrada na Assembleia da República até 15 de abril.

A informação que integra o relatório do "Procedimento dos Défices Excessivos" para 2022 e anos anteriores é da responsabilidade do INE no que respeita à compilação da capacidade/necessidade líquida de financiamento e do Banco de Portugal no que concerne à dívida bruta, mas, para 2023, é da responsabilidade do Ministério das Finanças.

"Para o ano corrente (2023), as estimativas da capacidade/necessidade líquida de financiamento, da dívida bruta e do PIB nominal são da responsabilidade do Ministério das Finanças, tendo por base o cenário macroeconómico e orçamental apresentado no Orçamento do Estado para 2023", refere o relatório do INE.

Os dados divulgados hoje pelo INE são em contabilidade nacional e são usados tradicionalmente nas comparações internacionais, diferindo dos dados publicados pela Direção Geral do Orçamento (DGO), na ótica pública.

Leia Também: Brilharete de Medina? Défice orçamental cai para 0,4% do PIB em 2022

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas