"No primeiro trimestre do ano corrente, os EUA lideraram o fornecimento de gás natural a Portugal com uma quota de 46,3%, seguindo-se a Nigéria (31,9%), o gás importado através das interligações com Espanha (12,7%) e a Rússia (9,2%)", informou a Adene -- Agência para a Energia.
De acordo com a entidade, no primeiro trimestre do ano passado, altura em que a Rússia invadiu a Ucrânia, agravando a crise energética na Europa, "quem liderava o fornecimento de gás natural era a Nigéria com uma quota de 56,0%, seguindo-se os EUA (32,9%), a Rússia (6,2%) e Trinidad e Tobago (4,9%)".
No primeiro semestre do ano passado, segundo a Galp, as interrupções de fornecimento de gás natural da Nigéria para a Península Ibérica custaram à petrolífera portuguesa 135 milhões de euros.
O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, visitou a Nigéria, no ano passado, juntamente com o então secretário de Estado da Energia, João Galamba, atualmente ministro das Infraestruturas, tendo o Governo nigeriano garantido que os contratos de fornecimento seriam cumpridos.
Numa conferência, em setembro, Duarte Cordeiro admitiu, no entanto, que havia risco de incumprimento, o que poderia levar a alterações de preços daquela matéria-prima em Portugal.
Na mesma ocasião, o governante disse também que o país estava a procurar diversificar os fornecedores de gás natural.
Segundo dados da Redes Energéticas Nacionais (REN), hoje divulgados e analisados pelo Observatório da Energia, o consumo de gás natural, no primeiro trimestre do ano, foi de 12.895 gigawatts-hora (GWh), menos 19,6% face ao período homólogo.
No mesmo período, o mercado elétrico, que corresponde ao gás natural consumido nas centrais de ciclo combinado para a produção de eletricidade, foi responsável por aproximadamente 33% do consumo, sendo os restantes 67% destinados ao mercado convencional.
No mesmo período do ano passado, o mercado elétrico representava 44% e o mercado convencional 56%.
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