Alexandra Reis não falou com Medina sobre indemnização da TAP
A ex-administradora da TAP Alexandra Reis disse hoje que não falou sobre a saída da empresa, nem sobre a indemnização de meio milhão de euros, com o ministro das Finanças, Fernando Medina, quando foi convidada para o Governo.
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Economia TAP
"Quando fui convidada para secretária de Estado, não falámos do meu processo de saída da TAP, nós não falámos sobre a indemnização", afirmou Alexandra Reis, em resposta ao deputado Bernardo Blanco, da IL, na comissão de inquérito à companhia aérea.
O deputado liberal perguntou à ex-secretária de Estado do Tesouro como é que Fernando Medina conhecia as razões para a saída da TAP, embora tenha dito que não sabia da indemnização, ao que Alexandra Reis respondeu apenas: "Não sei".
Já questionada pela deputada bloquista Mariana Mortágua se alguma vez tinha falado com Fernando Medina antes do convite para secretária de Estado, Alexandra Reis disse que teve apenas uma reunião na Câmara Municipal de Lisboa, quando Fernando Medina era autarca.
Esta versão é a mesma do ministro das Finanças, que, em janeiro, no parlamento afirmou crer que esteve com Alexandra Reis "enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, uma vez, acompanhada pela CEO da TAP, a propósito de um pedido que foi feito à Câmara Municipal de Lisboa, de apoio a diligências no âmbito do plano de reestruturação".
Em resposta ao deputado social-democrata Paulo Rios de Oliveira, Alexandra Reis adiantou que, quando falou com o ex-ministro das Infraestruturas sobre o convite de Fernando Medina para o Governo, Pedro Nuno Santos já sabia.
Relativamente às "tensões" com o administrador financeiro, apontadas por Gonçalo Pires e por Christine Ourmières-Widener, a ex-administradora da TAP defendeu que divergências de opinião são normais, recordando-se apenas de um momento de tensão com o CFO, depois de o responsável ter pedido tarefas à sua equipa, que ficou "confusa", tendo abordado posteriormente o assunto numa reunião.
Alexandra Reis elencou algumas divergências de opinião, transmitidas à restante equipa de gestão, que se prenderam, por exemplo, com a mudança da sede, à qual se opunha por representar encargos acrescidos, ou com contratos de 'leasing' de aviões.
Alexandra Reis protagoniza a polémica que estalou no Natal, quando era secretária de Estado de Tesouro e o Correio da Manhã noticiou que tinha recebido uma indemnização de meio milhão de euros para sair da TAP, onde era administradora, dois anos antes do previsto.
Depois de deixar a companhia aérea, em fevereiro de 2022, a ex-governante assumiu a presidência do Conselho de Administração da NAV Portugal -- Navegação Aérea, antes de ser nomeada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, para secretária de Estado.
De acordo com a presidente executiva da companhia aérea, Christine Oumières-Widener, que foi ouvida na comissão de inquérito na terça-feira, a iniciativa para a saída de Alexandra Reis partiu da TAP, por desalinhamento de opiniões para a execução do plano de reestruturação da empresa.
Na sequência das conclusões da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), o Governo ordenou a restituição de grande parte do valor da indemnização, que Alexandra Reis disse devolver por vontade própria, embora discorde do entendimento da IGF, de que houve falhas graves no processo.
[Notícia atualizada às 20h39]
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