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Da "boa fé" à indemnização, as explicações de Alexandra Reis em 5 pontos

Alexandra Reis assegurou, na quarta-feira, ter aceitado deixar a TAP "com total boa-fé", disse que foi convidada a sair numa "reunião muito curta" e admitiu que o valor da indemnização - de 500 mil euros - era "muito expressivo". Fique a par dos pontos essenciais que marcaram a sua audição no Parlamento.

Da "boa fé" à indemnização, as explicações de Alexandra Reis em 5 pontos
Notícias ao Minuto

06:55 - 06/04/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia TAP

Depois de vários meses em silêncio, quarta-feira foi o dia em que Alexandra Reis foi ouvida na comissão de inquérito parlamentar à TAP, na Assembleia da República, na sequência da polémica indemnização de meio milhão de euros. Falou sobre os vários motivos que poderão ter levado à sua saída da companhia aérea, sobre os contactos que estabeleceu e não só. 

O Notícias ao Minuto reuniu, neste artigo, os seis pontos essenciais sobre a audição a Alexandra Reis, que durou até bem perto da meia noite - à semelhança do que aconteceu com a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, na véspera. 

1. Alexandra Reis assegura ter aceitado sair da TAP "com total boa-fé"

A ex-administradora da TAP Alexandra Reis disse que aceitou sair da empresa "com total boa-fé" e que as divergências com a presidente executiva nunca "beliscaram" o compromisso com a implementação do plano de reestruturação.

"Aceitei sair de uma empresa com total boa-fé, à qual me entreguei com todo o meu compromisso", afirmou Alexandra Reis.

A também ex-secretária de Estado disse ainda que, enquanto membro da comissão executiva da companhia aérea manifestou sempre de forma construtiva as suas visões, "mesmo quando estas não eram coincidentes com as da nova CEO".  

"No entanto, e isto é importante, nenhuma delas beliscou uma única vez, repito, uma única vez que fosse, o meu compromisso com a implementação do plano de reestruturação", sublinhou.

2. Ex-administradora da TAP foi convidada a sair "em reunião muito curta"

Alexandra Reis disse que a presidente executiva da companhia aérea lhe pediu para sair da empresa "numa reunião muito curta", tendo-lhe sido pedida confidencialidade e transmitido que o Governo estava de acordo.

Segundo a antiga administradora, em 25 de janeiro do ano passado, "numa reunião muito curta", a CEO (presidente executiva) da TAP, Christine Ourmières-Widener, explicou-lhe que queria distribuir os seus pelouros por outros membros da comissão executiva e por isso lhe perguntou o que ficaria a fazer sem essas mesmas responsabilidades.

"Eu quero que saias da empresa", foi o que, segundo Alexandra Reis, a presidente executiva da TAP lhe disse, tendo deixado claro que queria que saísse não só de administração, mas da empresa e que lhe pediu "confidencialidade sobre o assunto" numa conversa que foi presencial.

A antiga governante disse não estar a par sobre quem do Governo sabia desta decisão, relatando que perguntou a Christine Ourmières-Widener se o Governo estava "ok" com esta decisão e que a resposta que obteve foi "claro" que estava.  

3. CEO da TAP quis demitir motorista que falou sobre uso do carro da empresa

Alexandra Reis revelou ainda que a presidente executiva da TAP quis demitir o motorista que falou sobre o uso do carro da empresa ao serviço de Ourmières-Widener para transportar familiares seus, justificando com a falta de vacinação contra Covid-19.

Durante a inquirição da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, Alexandra Reis explicou que, em 21 de dezembro de 2021, a presidente executiva abordou-a sobre um motorista que não estava vacinado contra a Covid-19 e que, por isso, não poderia continuar na empresa.

De acordo com Alexandra Reis, trata-se do mesmo motorista que partilhou "com alguma candura" que um outro motorista estaria a fazer uma deslocação "não diretamente para a CEO".

Mariana Mortágua tinha perguntado se tinha havido alguma retaliação a este motorista por ter falado. "Ele nunca seria despedido por não se ter vacinado, porque a vacinação em Portugal não é obrigatória e, por isso, a TAP nunca iria despedir ninguém por não se ter vacinado, isso não iria acontecer", explicou a ex-administradora da companhia aérea, acrescentando que chegou a ser equacionada a mudança de funções do trabalhador em causa.

4. Alexandra Reis assume que indemnização pedida era muito expressiva

A antiga administradora da TAP assumiu que o valor da indemnização proposta inicialmente para sair da empresa era "muito expressivo", mas sublinhou que as responsabilidades também o eram, referindo que "não houve justa causa".

"Era um valor elevado, sem sombra de dúvida, é um valor significativo, mas também o eram e são as responsabilidades de um administrador, que são muito elevadas, no caso de uma companhia aérea", começou por responder, referindo que no caso de queda de um avião a responsabilidade "pode ser imputada pessoalmente a cada um dos administradores da empresa".

Entendendo que "era de facto um valor muito expressivo", a antiga administradora referiu que "era um valor para discussão" e que aceitou uma "contraproposta com valor muito mais baixo" ou seja 500 mil euros, assumindo que ainda assim também "é um valor expressivo comparado com média nacional", mas que as "responsabilidades que estavam inerentes ao cargo eram também elevadas".

"Não estou a fazer juízo de valor sobre legalidade dos 500 mil euros, o que digo é que quando foram propostos e aceitei. Nem por um instante pensei que alguma vez pudesse haver alguma duvida sobre aquele valor", enfatizou.

5. Alexandra Reis não falou com Medina sobre indemnização da TAP

A ex-administradora da TAP disse ainda que não falou sobre a saída da empresa, nem sobre a indemnização de meio milhão de euros, com o ministro das Finanças, Fernando Medina, quando foi convidada para o Governo.

"Quando fui convidada para secretária de Estado, não falámos do meu processo de saída da TAP, nós não falámos sobre a indemnização", afirmou Alexandra Reis.

O deputado liberal Bernardo Blanco perguntou à ex-secretária de Estado do Tesouro como é que Fernando Medina conhecia as razões para a saída da TAP, embora tenha dito que não sabia da indemnização, ao que Alexandra Reis respondeu apenas: "Não sei".

Já questionada pela deputada bloquista Mariana Mortágua se alguma vez tinha falado com Fernando Medina antes do convite para secretária de Estado, Alexandra Reis disse que teve apenas uma reunião na Câmara Municipal de Lisboa, quando Fernando Medina era autarca.

Esta versão é a mesma do ministro das Finanças, que, em janeiro, no parlamento afirmou crer que esteve com Alexandra Reis "enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, uma vez, acompanhada pela CEO da TAP, a propósito de um pedido que foi feito à Câmara Municipal de Lisboa, de apoio a diligências no âmbito do plano de reestruturação".

Leia Também: Do "bode expiatório" à demissão, as explicações da CEO da TAP em 6 pontos

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