Os sindicatos representativos dos trabalhadores da função pública estão hoje reunidos com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, para debater a Agenda do Trabalho Digno.
"A Frente Comum considera que aquilo que sai do encontro é insuficiente, mais uma vez", afirmou o dirigente sindical Sebastião Santana, em declarações aos jornalistas, no final da reunião, que decorreu na presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa.
O líder da Frente Comum disse que, além das questões hoje colocadas em cima da mesa, relacionadas com a "importação para a lei geral do trabalho em funções públicas" de matérias ligadas à parentalidade, revistas na Agenda do Trabalho Digno, os sindicatos questionaram o executivo sobre outros temas, como o aumento dos salários e a atualização das ajudas de custo na administração pública.
No que se refere a este último ponto, o executivo ainda não se comprometeu com valores, mas adiantou que pretende apresentar, "a curto prazo" uma proposta, acrescentou.
Sebastião Santana assegurou ainda que a Frente Comum vai, " com certeza", apresentar propostas que melhorem o documento apresentado pelo Governo, nomeadamente em relação aos períodos de referência para os cálculos que são feitos para a atribuição de subsídios de parentalidade e sobre a implicação que os retroativos, "agora insuficientes", podem ou não ter nesses cálculos.
No que se refere ao pagamento de indemnizações por acidentes em serviço, o dirigente sindical defendeu que "continua a haver uma injustiça muito grande", tendo em conta que só os trabalhadores com incapacidades inferiores a 30% é que recebem, imediatamente, a indemnização.
Assim, "a esmagadora maioria" não vai receber qualquer indemnização até se aposentar, apontou.
"Entendemos que há um conjunto de matérias em que o Governo pode e deve ir mais longe e, mais uma vez, isso não aconteceu", vincou, assegurando que a Frente Comum não abdica da sua proposta reivindicativa.
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