De janeiro a março, "os critérios para a aprovação de empréstimos e linhas de crédito às empresas foram significativamente mais restritivos", segundo o inquérito trimestral, que se realiza quatro vezes por ano para compreender melhor os empréstimos dos bancos, e que surge dois dias antes da próxima reunião de política monetária que define o rumo das taxas de juro.
O inquérito foi realizado entre 22 de março e 06 de abril junto de 158 bancos da zona euro.
Os dados - sem prejuízo da inflação de abril na zona euro, publicada hoje pelo Eurostat - poderão levar o BCE a limitar a próxima subida das taxas de juro discutida na quinta-feira. Os economistas apostam numa subida de 0,25 pontos percentuais, após 0,5 pontos em março.
Os bancos também registaram uma forte redução líquida da procura de empréstimos ou de linhas de crédito por parte das empresas no primeiro trimestre, "a maior desde a crise financeira mundial".
Registou-se também um forte aumento líquido da restritividade dos critérios de concessão de empréstimos para habitação às famílias e, em menor grau, para o crédito ao consumo.
Esta maior restritividade segue-se a uma maior restritividade já observada em trimestres anteriores e confirma que a política do BCE de aumentar as taxas de juro e reduzir as injeções de liquidez para combater a inflação está a surtir efeito.
O BCE está a reinvestir apenas parcialmente as obrigações que se vencem no seu balanço e está a eliminar gradualmente os empréstimos gigantes que concedeu aos bancos.
Esta situação está a ter um efeito negativo nas condições de financiamento e nas posições de liquidez das instituições, levando-as a restringir as condições de crédito.
Em março, o crescimento do crédito ao setor privado - tanto às empresas como às famílias - continuou a abrandar para 3,8%, corrigido de certas transações financeiras, de acordo com um inquérito mensal separado do BCE.
O BCE aumentou as taxas em 3,50 pontos percentuais desde julho do ano passado, no âmbito de uma campanha sem precedentes de restrição monetária destinada a conter a subida dos preços no consumidor.
No segundo trimestre, os bancos da zona euro esperam um novo aumento da restritividade das condições de crédito e da procura, embora de forma mais moderada, exceto no que se refere ao crédito à habitação.
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