"Mesmo com a recuperação anunciada pela Fly Modern Ark (FMA)", a empresa sul-africana que entrou na fase de reestruturação da companhia, "a LAM continua com uma divida elevada, tendo ainda capitais próprios negativos e a situação de insolvência permanece", lê-se no documento de análise do CIP da autoria de Estrela Charles e Gift Essinalo.
A organização pegou nos 47,3 milhões de dólares (44,1 milhões de euros) de dívida recuperada e comparou com as últimas contas da empresa (até dezembro de 2021), concluindo que os montantes "não são suficientes para tornar o capital próprio positivo e tornar a empresa solvente".
"Por outro lado, correspondem apenas a apenas 38% do valor da dívida bancária interna (não incluindo a dívida com os fornecedores), valor este que não compensa os prejuízos acumulados durante os anos anteriores", refere no documento.
A FMA informou que dos 47,3 milhões de dólares, uma fatia de 22 milhões de dólares (20,5 milhões de euros) foi injetada pelo acionista Estado e parceiros, enquanto 7,3 milhões de dólares (6,8 milhões de euros) correspondem a valores cobrados a clientes.
Houve ainda uma reavaliação dos encargos, corrigindo-os em baixa, que permitiu chegar aquele valor, explicou o ministro dos Transportes e Comunicações Mateus Magala.
"Estas informações não são suficientes para que a empresa tenha saído da situação de insolvência sendo que algumas apenas criam alterações no balanço e os rácios continuam ainda preocupantes", reitera o CIP.
A empresa sul-africana Fly Modern Ark entrou em abril na gestão da LAM no âmbito da restruturação da transportadora de bandeira moçambicana.
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