A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) recebeu, ao longo de 2022, o valor mais alto de reclamações dos últimos sete anos. Foram, no total dos doze meses, 22.600 queixas apresentadas pelos utilizadores.
Segundo o 'Relatório das Reclamações no Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes', divulgado este mês pela AMT e primeiramente citado pelo Jornal de Notícias, no último semestre de 2022 foram apresentadas 14.416 reclamações às entidades pertencentes ao Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes, após terem existido já 8.184 queixas no semestre anterior.
Em causa está o valor mais elevado desde 2016 (ano em que se registaram 14.865 reclamações), após superar o anterior máximo, registado ainda no período pré-pandemia, em 2019 (22.406).
Segundo as contas feitas pelo Notícias ao Minuto, são quase, em média, 62 queixas por dia (45 diárias no primeiro semestre do ano e 78 reclamações no seguinte).
Em comparação com o período homólogo, as 14.416 reclamações apresentadas à AMT no segundo semestre de 2022 representa um aumento de 57,9% (mais 5.286 queixas).
O relatório revela ainda que a "categoria do transporte rodoviário de passageiros foi a mais reclamada" no segundo semestre do ano em análise, ao totalizar 61,5% das queixas (5.764) apresentadas no setor rodoviário. A RNE - Rede Nacional de Expressos (17,3%), a Alsa Todi Metropolitana de Lisboa (16,3%), a Carris (9,7%) e a TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa (7,3%) foram as entidades mais visadas nesta categoria.
O transporte ferroviário de passageiros foi a segunda categoria mais reclamada, reunindo 68% (2.840) do total das reclamações do total das reclamações registadas no modo ferroviário (4.179). Aqui destaca-se a CP – Comboios de Portugal, "responsável por 92,4% do total das reclamações apresentadas à AMT".
Olhando para as principais motivações das queixas, as mais recorrentes são as relacionadas com os cancelamentos de serviço/supressões (que reúne 40,4% do total das registadas no âmbito do transporte rodoviário de passageiros) e o incumprimento de horários (que reúne 32,5% do total no que toca ao transporte ferroviário de passageiros).
Leia Também: Nova empresa de transportes na região de Aveiro começa a operar em agosto