"Esta [a criação de mais trajetos para fora do país pela LAM] é uma forma de resolver os nossos problemas", disse Mateus Magala, na noite de sexta-feira, após o voo inaugural entre Maputo e Lusaka, capital da Zâmbia.
Assinalando que a transportadora de bandeira moçambicana deve dar passos seguros e significativos, para consolidar o processo de recuperação, Magala avançou que o futuro passa pela exploração de novos destinos em África e noutros continentes, "viajando para destinos lucrativos".
Considerou "histórico" o voo comercial inédito da LAM entre Maputo e Lusaka, cidade da África Austral que há 47 anos acolheu os Acordos de Lusaka, assinados entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e as autoridades coloniais e que abriram caminho para a independência do país africano, em 1975.
Face à atual gestão transitória da LAM pela companhia sul-africana Fly Modern Ark, o ministro dos Transportes e Comunicações adiantou que o Governo vai decidir com "muita ponderação" sobre os próximos passos, não assumindo se a transportadora será privatizada ou não.
"O objetivo é, num futuro próximo, sentarmo-nos e tomarmos decisões estratégicas de futuro, que vão projetar a nossa companhia aérea como uma companhia relevante no espaço da aviação civil", realçou.
Mas antes, prosseguiu Mateus Magala, terá de haver cautela, para que não se repitam os erros que levaram a LAM a uma situação de insolvência.
Em maio, a nova comissão de gestão da LAM anunciou que a empresa deixou de estar insolvente ao cobrar, desde abril, 47,3 milhões de dólares em dívidas do Estado e privados, mas mantém risco de colapso.
"A posição de endividamento ficou reduzida" melhorando o rácio de dívida sobre capital próprio, levando a LAM a deixar de ser considerada insolvente", afirmou Sérgio Matos, membro da comissão de gestão da empresa.
Matos avançou ainda que a estratégia de salvamento da transportadora passa por reativar a rota Maputo-Lisboa e explorar novos destinos, como Brasil, Índia, Dubai e China, anunciou hoje a comissão de gestão.
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