As rendas poderão sofrer um aumento de até 8% no próximo ano se nada for feito, isto é, se o Governo não intervir e colocar um 'travão', à semelhança do que aconteceu no início do ano.
A notícia, refira-se, foi avançada pelo ECO, dando conta que fonte oficial do Executivo referiu que o Governo "mantém em análise [o assunto] até existirem dados definitivos" da inflação.
Isto porque a inflação que serve de base para o cálculo do coeficiente de atualização anual das rendas fixou-se nos 7,91% em junho, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Nacional Estatística (INE).
O Notícias ao Minuto já tentou obter mais esclarecimentos junto do Ministério da Habitação, nomeadamente sobre se a tutela pondera ouvir as preocupações dos inquilinos e proprietários antes de tomar uma decisão.
Contudo, fonte da tutela reiterou a resposta dada ao ECO, referindo que "neste momento" não há "mais nada para acrescentar": "O Governo está a acompanhar a evolução dos dados, mas o assunto mantém-se em análise até existirem dados definitivos".
Vale recordar que o elevado contexto de inflação levou o Governo criar uma lei para limitar em 2% o aumento das rendas em 2023, suspendendo o mecanismo que permite que a atualização seja feita tendo em conta a inflação média sem habitação conhecida em agosto.
Sem o limite imposto para 2023, as rendas poderiam ter sido atualizadas em 5,43%.
Travão às rendas não evitou que alguns senhorios tentassem pedir mais
Contudo, a Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) disse, em janeiro, que recebeu queixas de arrendatários que foram confrontados pelos senhorios com aumentos de renda superiores ao limite de 2% imposto pelo Governo.
Além desta questão, à AIL foram também chegando casos de senhorios que informaram os inquilinos de que pretendiam acabar com o contrato, para poderem atualizar a renda acima do limite imposto.
[Notícia atualizada às 10h28]
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