Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,19%, o tecnológico Nasdaq desceu 0,10% e o alargado S&P500 perdeu 0,25%.
Mais do que a descida da notação da dívida soberana dos EUA pela Fitch, na noite de terça-feira, para AA+, foi a reação do mercado obrigacionista que "abalou as ações" nas duas últimas sessões, disse Karl Haeling, analista do banco LBBW.
O rendimento proporcionado pela obrigação do Tesouro a 10 anos, que evolui em sentido inverso ao preço do título, subiu para 4,19%, o seu valor mais alto desde outubro, depois dos 4,07% da véspera e dos 3,96% anteriores à divulgação da decisão da Fitch.
A degradação da nota dos EUA, que aconteceu pela segunda vez na história, depois da feita em 2011 pela Standard & Poor's, "sobretudo chamou a atenção para o défice orçamental dos EUA, que vai ser bem mais importante do que previsto", apontou Karl Haeling.
Na segunda-feira, antes que a Fitch divulgasse o 'rating', que surpreendeu tanto os investidores como o próprio governo do presidente Joe Biden, o Departamento do Tesouro revelou a necessidade de contrair empréstimos de um bilião (milhão de milhões) de dólares para os próximos três meses, mais 400 mil milhões do que os analistas estimavam.
Por outro lado, o Tesouro também anunciou na quarta-feira uma série de emissões para refinanciar obrigações que chegam à maturidade.
"Os investidores vão ter de absorver mais obrigações [dívida de longo prazo] e notas [uma nota é praticamente uma obrigação, mas com uma maturidade mais curta] nos próximos trimestres", antecipou Karl Haeling.
Este cenário motivou um movimento de vendas destas obrigações, o que fez baixar o seu preço e assim aumentar o rendimento.
Por outro lado, o mercado obrigacionista reflete "o efeito de sólida informação macroeconómica nos EUA e da subdia da taxa de juro pelo Banco da Inglaterra", avançou Peter Cardillo, analista da Spartan Capital.
A quantidade de empregos criados no setor privado, em julho, conhecida dois dias antes da divulgação dos números oficiais sobre o emprego nos EUA, na sexta-feira, foi bem mais forte do que esperado, com 324 mil.
E o banco do Sistema da Reserva Federal em Atlanta reviu em alta a sua previsão de crescimento da economia dos EUA no terceiro trimestre para 3,9%, o que representa uma dinâmica muito forte da primeira economia mundial.
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