O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa confirmou hoje à Lusa que a empresa pretende rescindir contratos a termo incerto, mas lembrou que o tema será abordado na reunião com a administração na próxima semana.
O Jornal Económico revelou hoje que teve acesso a uma comunicação interna em que a empresa refere a intenção de rescindir os contratos com os trabalhadores temporários, como confirmou à agência Lusa o coordenador da CT, Rogério Nogueira.
Segundo o coordenador da CT da Autoeuropa, "há, de facto, uma comunicação interna em que a empresa manifesta a intenção de rescindir os contratos com os cerca de 100 trabalhadores temporários, mas essa é uma questão que será abordada na reunião da CT com a administração" na próxima segunda e terça-feira.
Rogério Nogueira acrescentou que a CT está preocupada com todos os trabalhadores da empresa e garante "total empenho para que também sejam encontradas soluções alternativas para os trabalhadores temporários, que não passem pela rescisão dos contratos".
A CT da Autoeuropa revelou na quinta-feira que a empresa vai fazer uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, e que pretende aplicar o 'lay-off' nesse período, mas não adiantou qualquer informação relacionada com a rescisão de contratos com trabalhadores temporários.
A paragem de produção na Autoeuropa deve-se às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia, que foi "severamente afetado" pelas condições climatéricas que se fizeram sentir naquele país no passado mês de agosto.
A administração da empresa informou na quinta-feira que "irá aplicar o 'lay-off' na paragem de produção de nove semanas", de 11 de setembro a 12 de novembro, devido à falta de componentes, mas admitiu que "esse período poderá ser reduzido com o evoluir da solução do problema".
O 'lay-off' é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade económica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.
A CT e a administração da Autoeuropa reúnem-se na segunda e na terça-feira para discutir as condições financeiras do 'lay-off´, mas os representantes dos trabalhadores defendem que a empresa tem todas as condições para garantir os rendimentos de todos os colaboradores.
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