Marcelo Rebelo de Sousa comentou hoje os últimos dados da economia portuguesa, elogiando a gestão portuguesa e a 'almofada' criada. Apesar disso, acredita que o Governo tem estado atento aos "sinais deste momento", que podem ser "de desaceleração da recuperação" da economia.
"Tenho visto que há da parte do Governo uma atenção àquilo que estão a ser os sinais deste momento, que podem ser de desaceleração da recuperação", disse esta tarde Marcelo Rebelo de Sousa, dando o exemplo da Alemanha onde tal "parece evidente".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "se há uma desaceleração na recuperação de economias importantes da Europa, isso chega naturalmente a Portugal", daí a atenção, "por um lado, à evolução do turismo, mas por outro lado, das exportações".
Contudo, diz, "parece que há sinais de que o investimento externo vai continuar e o próprio investimento interno a subir, mas temos sempre a inflação".
"Vejo que o Governo está atento àquilo que é preciso lançar de liquidez na economia" e isso "repercute" no próximo orçamento de Estado, comentou ainda.
O Chefe de Estado explicou que "liquidez na economia significa que o Governo tem uma folga do PRR e tem uma folga no quadro da gestão orçamental".
Quanto à gestão orçamental, deixou um elogio ao Governo, considerando que "foi muito criteriosa e aproveitou um ano muito bom, que foi o ano passado, para criar a tal folga".
"Às vezes o senhor governador do Banco de Portugal não gosta que se fale em folga, para não dar a sensação de facilidade. Quer dizer que há aqui uma almofada que, se for necessário, pode ser utilizada no ano de 2024 no caso de o crescimento não avançar ao ritmo que se previa, o que significa as famílias e as empresas terem dificuldades que esperavam já não ter", acrescentou.
Sucessão? "Não penso nisso"
Questionado pelos jornalistas, em São João da Pesqueira, na 21ª edição da Vindouro, se já pensou na sua sucessão, Marcelo Rebelo de Sousa diz que está "proibido" de pensar em tal coisa.
"Não penso nisso. Estou até proibido de pensar. O Presidente da República pensa em como vai exercer até ao dia 9 de março", asseverou.
"A mim preocupa-me mais, de longe, a eleição europeia porque vai dar a medida do pulso da Europa", afirmou por fim.
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[Notícia atualizada às 19h00]
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