A ideia foi transmitida pelo diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, Vitor Gaspar, na apresentação do relatório de supervisão orçamental da organização.
Vítor Gaspar explicou que se fosse feita uma tentativa de travar as emissões com o tipo de políticas de transição ecológica que agora são aplicadas, a dívida pública da economia global aumentaria entre 40 e 50 pontos do Produto Interno Bruto (PIB) até 2050.
"Nem todos os países podem ter" uma política ecológica baseada em subsídios, alertou a assistente do departamento, Era Dabla Norris, que defendeu que o estabelecimento de impostos sobre as emissões de carbono "pode ser muito eficaz na mitigação das alterações climáticas".
Este imposto segue o princípio do "poluidor-pagador", explicou, e por ser um imposto é de fácil implementação. Além disso, embora possa ser impopular, se os recursos obtidos forem dedicados à compensação de famílias vulneráveis, "tal leva a uma melhor aceitabilidade social".
Nesse sentido, Gaspar esclareceu que o imposto sobre o carbono teria de ser combinado com uma série de políticas orçamentais para mitigar o seu potencial efeito nas casas e empresas mais vulneráveis.
Da mesma forma, o FMI também exige não desvincular o desenvolvimento e a luta contra as alterações climáticas, uma vez que se, por exemplo, mais pessoas se ligarem à rede elétrica num país, a produção de eletricidade deve aumentar e deve ser renovável.
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