Em 2023, "o orçamento do Instituto Camões duplicou a sua capacidade financeira de investimento em cooperação e desenvolvimento" e no próximo ano, ao receber aproximadamente os mesmos recursos, "consolida essa ação", afirmou esta quinta-feira em declarações à Lusa o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (SENEC).
Em resposta à mesma questão, a líder do Camões foi hoje menos taxativa. "Estamos a trabalhar nisso, estamos a trabalhar nisso", repetiu.
Ana Paula Fernandes disse sentir-se confortável com os pouco mmenos de 40 milhões de que dispõe para o próximo exercício, sublinhando igualmente a necessidade de "consolidação".
"Nós também temos que consolidar. Não podemos só crescer em termos de recursos financeiros e depois não termos a capacidade em termos de recursos humanos, em termos de processos, [para executar as verbas]", disse.
"Convém consolidar os procedimentos", reforçou, sublinhando a importância do instituto fazer a sua "própria avaliação do que corre bem" e do que terá que "acertar", "para depois crescer com sustentabilidade".
A gestora pública sublinhou a "ótima notícia" de ter à sua disposição "um pacote muito similar ao de 2023", mas ainda mais a novidade para "todos os institutos públicos, não só para o Camões", que "é da não cativação de verbas".
"Isso também nos ajuda na forma de funcionar. Acho que é uma ótima notícia para toda a administração pública", afirmou.
Quanto às prioridades para 2024, Ana Paula Fernandes disse que o ano "vai ter muito a ver com a lógica da operacionalização da nova Estratégia" de Cooperação Portuguesa 2030, o documento que define as orientações da política pública de cooperação para o desenvolvimento para os próximos sete anos.
"Estamos agora a preparar o caminho para isso, portanto, 2024 é ano de força para começar a operacionalizar a estratégia", disse, identificando como particularmente relevantes as áreas da saúde, ambiente, cultura, e igualdade de género.
"Investir também na avaliação, reforçar as capacidades de avaliação de projetos e de monitorização de projetos é outro grande desafio", acrescentou a gestora.
Finalmente, o instituto quer ter uma relação diferente com a comunicação. "Precisamos de comunicar, não só sobre o que fazemos, mas comunicar sobre cooperação para o desenvolvimento. Aí, temos que ser capazes de explicar o que se faz, qual é o impacto do que estamos a fazer e quais os resultados do investimento público português nesta área", concluiu.
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