Trabalhadores dos impostos querem que Costa "se retrate" por comentário

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) criticou o primeiro-ministro, depois de uma troca de palavras com André Ventura, e exigiu que o António Costa se "retrate" junto dos profissionais, segundo um comunicado hoje divulgado.

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Lusa
19/10/2023 15:46 ‧ 19/10/2023 por Lusa

Economia

STI

Em causa está uma troca de palavras em que António Costa lembrou o passado de Ventura como funcionário da Autoridade Tributária (AT). O STI considerou que o comentário do primeiro-ministro foi "ambíguo, ofensivo" e que "generaliza e demonstra uma enorme falta de respeito pelos trabalhadores que lhe garantem a receita do OE [Orçamento do Estado]".

O STI frisou que "os trabalhadores da AT se sentem ofendidos pelo comentário infeliz do mais alto representante do Governo e espera que António Costa se retrate junto dos trabalhadores, demonstrando o devido respeito pelo trabalho que desempenham, muitas vezes em condições deploráveis, para garantir a função Tributária e Aduaneira do Estado".

Na sua intervenção no regresso dos debates quinzenais na Assembleia da República, esta quarta-feira, André Ventura afirmou que, no próximo ano, "os portugueses vão entregar mais dinheiro ao Estado", falando também na "vergonha de aumento do IUC [Imposto Único de Circulação] que deixaria corado qualquer democrata".

Ventura disse ainda acreditar que o primeiro-ministro tem "três mãos": "há as duas mãos, as que governam, e há a mão que está sempre a gamar os portugueses".

Na resposta, o primeiro-ministro indicou ser "difícil manter" com André Ventura "um debate ao nível que a Assembleia da República está habituada".

"Quando um orador usa excesso de adjetivos, de agressividade e de insulto é porque tem défice de razão e, portanto, quando o senhor deputado precisa de utilizar expressões como gamar, tretas, vigarice, burla, cada uma destas palavras só quer dizer que não tem a menor razão ou credibilidade para dizer o que quer que seja", acusou.

"Depois de o senhor deputado ter dito que acredita mesmo que eu tenho três mãos, estamos todos esclarecidos sobre a credibilidade de qualquer coisa que o senhor deputado possa dizer", acrescentou o chefe de Governo.

Leia Também: PS salienta regresso dos debates quinzenais quando tem maioria absoluta

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