BCE coloca 'pé no travão' e mantém taxas (pela 1.ª vez em mais de um ano)

Trata-se da primeira pausa do ciclo de subidas dos juros iniciado em julho de 2022.

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Beatriz Vasconcelos
26/10/2023 ‧ 26/10/2023 por Beatriz Vasconcelos

Economia

zona euro

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, esta quinta-feira, manter as taxas de juro, em linha com o que se esperava, colocando assim um 'travão' no ciclo de aumentos que vinha a ser seguido desde julho de 2022. A instituição alertou, ainda assim, que prevê que a inflação vai continuar "demasiado elevada durante demasiado tempo".

"O Conselho do BCE decidiu hoje manter as três taxas de juro diretoras inalteradas. A informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo", pode ler-se no comunicado do BCE. 

Com esta decisão, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 4,50%, 4,75% e 4,00%, respetivamente.

"O Conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%. Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim", pode ler-se no comunicado da instituição emitido há momentos.

Revela ainda que  as "futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas diretoras sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário".

O objetivo do BCE é ter uma inflação de 2% a médio prazo pelo que, face à alta da inflação, tem decidido subir as taxas de juro. Quando o BCE altera as taxas de juro diretoras, tal reflete-se no conjunto da economia, sendo algumas das faces mais visíveis o aumento dos empréstimos bancários, desde logo do crédito à habitação.

O antigo governador do Banco de Portugal e ex-vice presidente do BCE, Vítor Constâncio, defendeu na quarta-feira que no futuro os bancos centrais deverão repensar a meta de inflação para cerca de 3%, ao invés dos atuais 2%.

[Notícia atualizada às 13h22]

Leia Também: Bolsas europeias em baixa, pendentes do BCE, PIB dos EUA e resultados

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