Houve uma "revisão em alta" relativamente à previsão de abril, "devido a dados mais recentes", nomeadamente "um abrandamento nos preços muito superior ao esperado", dinamizando o consumo, explicou Óscar Santos em conferência de imprensa.
O banco central prevê ainda crescimentos de 4,7% em 2024 e 5,4% em 2025, tendo por base "a melhoria dos rendimentos reais das famílias, sustentada pela descida da inflação" e um previsível "aumento da procura externa turística, em linha com a melhoria das perspetivas económicas dos principais parceiros".
A inflação deverá fixar-se em 4% este ano, 2,2% em 2024 e 1% em 2025, previsão feita na expectativa de uma "queda dos preços das matérias-primas, normalização das cadeias de abastecimento e redução de pressões sobre custos de produção".
O Banco de Cabo Verde (BCV) estima que o défice da conta-corrente em 2024 se fixe em 2% do Produto Interno Bruto (PIB), ligeiramente inferior ao estimado para 2023, com as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) a cobrirem 5,6 meses de importação -- acima da linha de conforto de três meses, frisou o governador.
O crédito à economia deverá crescer 3%, "um ligeiro abrandamento face ao que se espera para 2023", acrescentou.
Óscar Santos indicou alguns fatores externos como pontos de incerteza.
"Existem sempre riscos, pelo lado negativo, que estão relacionados com a tensão geopolítica", caso de uma "eventual escalada do conflito entre Hamas e Israel, que poderá ter efeitos negativos sobre os preços energéticos e de bens alimentares", disse.
Tal cenário, por sua vez, "poderá provocar uma reversão das condições financeiras por parte dos bancos", acrescentou.
Um desempenho económico menos conseguido por parte da China, segunda economia mundial, pode ser outro risco, indicou.
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