O Novo Banco teve lucros de 638,5 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, mais 49% do que nos primeiros nove meses de 2022, divulgou hoje o banco.
A margem financeira (diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos) duplicou para 831,2 milhões de euros. As comissões cresceram uns ligeiros 0,7% para 217,1 milhões de euros
Em comunicado de imprensa, o Novo Banco disse que a melhoria do negócio se deve à "evolução positiva da atividade comercial, num ambiente de subida das taxas de juro".
Criado em 2014 aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES), o Novo Banco apresentou lucros anuais pela primeira vez em 2021.
Citado no comunicado de imprensa, o presidente executivo, Mark Bourke, disse hoje que "no terceiro trimestre o banco continua a apresentar fortes resultados", considerando que "além de rentável tem capacidade de geração de capital" o banco tem "um balanço sólido e de elevada liquidez".
O Novo Banco não faz conferência de imprensa de apresentação de resultados.
Quanto a gastos, os custos operativos subiram 8,1% para 339,6 milhões de euros em setembro. Os custos com pessoal foram de 183,8 milhões de euros, mais 8,2%.
O Novo Banco tinha 4.209 trabalhadores no fim de setembro, mais 70 do que no mesmo mês de 2022, e 292 balcões, menos oito do que um ano antes.
As imparidades e provisões para fazer face a perdas (sobretudo com créditos) cresceram em termos homólogos, tendo sido alocados para esta rubrica 81,7 milhões de euros (no mesmo período de 2022 tinham sido 22,5 milhões de euros).
Quanto ao balanço, o crédito (bruto) totalizou 25,7 mil milhões de euros no fim de setembro (variação de 0,5% face a setembro de 2022). O crédito à habitação cresceu 2,7% para 10,2 mil milhões de euros e o crédito a empresas caiu 3,7% para quase 14 mil milhões de euros.
O rácio de crédito malparado (NPL na sigla técnica em inglês) foi de 4,2%, abaixo dos 5,7% de setembro de 2022.
Por seu lado, os depósitos caíram 1,7% para 28,1 mil milhões de euros.
Em indicadores de solvabilidade, setembro fechou com um rácio de capital CET1 de 16,5%, acima dos 13,1% de dezembro de 2022.
O Novo Banco é detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star e o restante capital é público (através do Fundo de Resolução e diretamente do Estado português).
Quando foi vendido à Lone Star, em 2017, foi acordado que o Estado português poderia vir a capitalizar o banco por perdas em ativos no valor máximo de 3.890 milhões de euros até 2026.
Ao abrigo deste acordo, o Novo Banco já recebeu 3.405 milhões de euros de dinheiro público. Contudo, seguem disputas entre o Novo Banco e o Fundo de Resolução (desde logo em tribunal arbitral) que poderão levar a que seja colocado mais dinheiro.
O Novo Banco disse hoje, no comunicado, que se mantêm as divergências relativamente à provisão para o fim da operação em Espanha, à avaliação das unidades de participação em fundos de reestruturação e ainda quanto à aplicação do regime transitório da IFRS9.
[Notícia atualizada às 11h30]
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