Já o resultado recorrente (sem efeitos extraordinários) foi positivo em 94,9 milhões de euros. No comunicado hoje divulgado, o banco explica que o resultado recorrente exclui o efeito da reclassificação da reserva cambial no valor de 116,1 milhões de euros devido à venda do Finibanco Angola (ocorrida no primeiro semestre), pelo que o prejuízo consolidado não tem "qualquer impacto na situação líquida ou nos rácios de capital".
A margem financeira (diferença entre juros cobrado no crédito e juros pagos nos depósitos) cresceu 73,7% para 301,1 milhões de euros, num momento em que os bancos são beneficiados pelo aumento das taxas de juro devido ao impacto no crédito.
As comissões líquidas aumentaram 9,2% para 95,5 milhões de euros.
Do lado dos gastos, os custos operacionais aumentaram 6,3% para 198,8 milhões de euros. Este valor, contudo, exclui os 13,4 milhões de euros relacionados com o programa de redução de trabalhadores.
Os custos com pessoal aumentaram 17,4% para 123,9 milhões de euros. No fim de setembro, o Banco Montepio tinha 2.875 trabalhadores, menos 168 quando comparado com o final de 2022 e menos 208 face a setembro de 2022. O banco iniciou em 2020 um programa de saída de centenas trabalhadores por rescisões por acordo e reformas antecipadas.
As imparidades para créditos foram 32,9 milhões de euros, acima dos 6,0 milhões de euros homólogos.
Olhando para o balanço, o crédito (bruto) caiu 3,9% para 11.781 milhões de euros no final de setembro. O rácio de crédito problemático (NPE na sigla em inglês) era de 4,2% em setembro, face a 5,2% em dezembro último e 6,9% em setembro de 2022.
Os depósitos cederam uns ligeiros 0,5% para 12.867 milhões de euros. O banco diz que, este ano, a saída de depósitos é resultado da transferência de fundos para produtos alternativos e também da retirada de depósitos para o reembolso antecipado de crédito.
Quanto a indicadores de solidez, o rácio de capital CET1 era em setembro de 15%, acima dos 12,6% de setembro de 2022.
No comunicado ao mercado, o banco Montepio divulgou ainda que já renegociou mais de 9.000 contratos de crédito à habitação face às dificuldades dos clientes em pagarem as prestações mensais devido à subida dos juros.
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