Na nota, hoje divulgada, a estrutura sindical disse que tomou conhecimento de que a nova administração da GMG, que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF, "de forma enviesada e dissimulada, pretendeu fazer passar a mensagem de que pondera a possibilidade de um despedimento coletivo neste grupo, podendo vir a deitar 'borda fora' 150 trabalhadores do grupo, cerca de 1\4 do efetivo".
Segundo a estrutura sindical, esta é "uma administração que, posteriormente vem tornar público que a GMG está numa situação particularmente difícil, que tudo está em aberto e que não enjeita sequer a necessidade de vir a fazer despedimentos coletivos".
"O que se está a passar", acusou, é "terrorismo laboral", salientando que "os trabalhadores têm direito à legitima defesa e irão combater com o apoio dos seus sindicatos, por todos os meios".
Segundo o STT, desde que a nova administração entrou em funções, "os trabalhadores só têm ouvido falar de 'desgraças': reestruturar, reduzir, cortar, fechar, despedir" quando o "que querem e devem ouvir" é "investir, valorizar, modernizar, remunerar, recrutar, motivar e reconhecer o trabalho de excelência que fazem, mesmo com falta de meios e de recursos humanos".
O STT lembrou ainda que "em junho estava em conversações com a anterior administração, com vista aos aumentos salariais na TSF para 2023" que "seriam aplicados a partir do dia 01 de julho".
"Depois de tantos anos de congelamento salarial, parecia possível ter aumentos salariais na TSF", mas "com a chegada da atual administração a situação ficou suspensa e os trabalhadores continuam sem ter os salários atualizados".
O sindicato disse ainda que, apesar de a "administração continuar sem responder aos vários pedidos de reunião" irá "pedir, de imediato, a intervenção do Governo (MTSSS/DGERT) para abertura de um processo de mediação de conflitos entre a GMG/TSF e o sindicato".
Na semana passada, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) considerou "inadmissível, inviável e impensável" a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas, sobretudo no Jornal de Notícias e na TSF, segundo um comunicado divulgado.
"A direção do Sindicato dos Jornalistas considera inadmissível, inviável e impensável a intenção anunciada pelo Global Media Group [GMG] de despedir 150 pessoas", lê-se na mesma nota, que indicou que "a decisão foi comunicada formalmente pela administração a várias pessoas e colheu oposição unânime das redações incrédulas e indignadas com a administração, que, formalmente, tomou posse há menos de duas semanas".
Já os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN) decidiram, em plenário, na sexta-feira, solicitar à administração da GMG "o cabal esclarecimento" sobre o possível despedimento de 150 pessoas e avançar com um pré-aviso de greve para dezembro.
Em comunicado após um plenário de trabalhadores, a redação do JN referiu que as representantes dos trabalhadores foram convocadas esta quinta-feira pela administração da GMG, onde lhes foi comunicada "a intenção de proceder ao despedimento coletivo de 140 a 150" trabalhadores no grupo.
Em específico, foi transmitido às delegadas sindicais do JN que estavam em causa "56 trabalhadores dos serviços partilhados e setor comercial, 40 da redação do Jornal de Notícias, 30 da TSF e um número ainda indefinido de O Jogo", pode ler-se.
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