No Boletim Económico de dezembro, a instituição liderada por Mário Centeno prevê que a inflação mantenha uma trajetória descendente, com a variação anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) a reduzir-se de 5,3% em 2023 para 2,9% em 2024 e 2% em 2025 e 2026.
Em outubro, o banco central apontava para uma taxa de 5,4% este ano, de 3,6% em 2024 e de 2,1% em 2025.
A contribuir para a redução da inflação está a diminuição de "custos de produção --- na sequência da reversão de choques adversos sobre a oferta --- bem como uma efetiva transmissão da política monetária", explica o relatório.
Ainda assim, assinala que em termos trimestrais, "após atingir 2,6%" nos últimos três meses de 2023, "a inflação deverá apresentar valores temporariamente mais elevados ao longo de 2024, convergindo para 2% em 2025".
"Os valores mais elevados em 2024 resultam de efeitos temporários sobre os preços dos bens energéticos e alimentares", detalha.
Nos produtos energéticos, refletem "o impacto do aumento esperado do preço da eletricidade no início do ano e os efeitos de base nos combustíveis, dado que não deverá ocorrer em 2024 uma queda tão significativa dos preços como a observada na primeira metade de 2023".
Por outro lado, espera que a taxa de variação dos preços nos produtos alimentares aumente em janeiro com o fim do IVA zero.
Para a inflação subjacente, a que desconta os produtos energéticos e alimentares, prevê uma trajetória descendente ao longo de 2024, refletindo os efeitos desfasados da redução de custos e do aperto da política monetária.
À semelhança do Banco Central Europeu (BCE) para a zona euro, o Banco de Portugal também prevê que a inflação total apresente "valores consistentes" com a meta de 2% em 2025.
[Notícia atualizada às 11h28]
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