APCC: Greve nos centros de contacto sem impacto e carece de justificação

Lisboa, 28 dez 2023 (Lusa) -- A Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC) defendeu hoje que a greve do setor não teve impacto na maioria das suas empresas associadas, acrescentando que a paralisação carece de contexto que a justifique.

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Lusa
28/12/2023 20:00 ‧ 28/12/2023 por Lusa

Economia

APCC

"No seguimento da greve agendada durante o período do Natal, a APCC informa que o seu impacto na atividade da maioria dos seus associados foi zero, sem qualquer prejuízo para o bom funcionamento e eficiência das operações", apontou hoje, em comunicado.

Os trabalhadores de centros de contacto de várias empresas de trabalho temporário anunciaram uma greve de oito dias para o Natal e passagem de ano.

Num comunicado divulgado em 20 de dezembro, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual -- Sinttav disse ter convocado uma paralisação nos dias 23, 24, 25 e 26, 30 e 31 de dezembro, bem como a 01 e 02 de janeiro.

"Os trabalhadores dos centros de contacto há muito que reivindicam melhores condições de trabalho, com especial prioridade para um salário compatível com o trabalho altamente qualificado que desenvolvem e a ser pago na generalidade com o SMN [salário mínimo nacional] como se tratasse de trabalho não qualificado", explicou, na altura, o sindicato.

Hoje a APCC vincou que esta greve "carece de contexto que a justifique", destacando que, em Portugal, este setor emprega mais de 104.000 pessoas, sendo a "formação, valorização e dignificação dos seus profissionais uma prioridade".

Segundo dados citados pela associação, os contratos sem termo (55%) predominam neste setor, enquanto o trabalho temporário representa 5,6%.

"A APCC manifesta total disponibilidade para um debate sério sobre o setor, em qualquer fórum ou meio, sempre que para tal seja solicitada", concluiu.

Esta associação conta com 116 empresas, representando 12 setores da economia.

Para o sindicato, "o momento é dramático, os trabalhadores não aguentam o custo de vida, os salários são miseráveis", não permitindo "sair da pobreza" e "para acrescentar a esta revolta os lucros das grandes empresas e grupos económicos elevam-se para níveis fabulosos".

Por isso, considera o Sinttav, "há forte razão para os trabalhadores considerarem ser sempre os mesmos a pagar a fatura das crises, mas, como para tudo na vida há sempre um 'basta'", destacou, indicando que "os trabalhadores conscientes de que a luta exige sacrifícios, de que só com a luta é possível melhorar as condições de trabalho e de vida, manifestam todos os dias ao Sinttav a vontade de prosseguir com a luta necessária, justificando deste modo o pré-aviso de greve" emitido pelo sindicato.

São várias as empresas em causa, numa lista que inclui a Adecco, Armatis, Manpower, Intelcia, entre muitas outras.

Leia Também: Lucros dos CTT aumentam 25,5% até setembro para 35,5 milhões

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