"Ao aderir ao Africa50, Moçambique beneficiará do acesso a conhecimentos de desenvolvimento e financiamento de projetos de classe mundial, acelerando a implementação do seu programa de infraestruturas, catalisando a participação do setor privado, contribuindo significativamente para estimular o crescimento económico e o desenvolvimento", explicou fonte da instituição.
O Governo moçambicano, através do ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, assinou na segunda-feira, em Maputo, o acordo de subscrição de ações da Africa50, "comprometendo o país a tomar as medidas necessárias para se tornar acionista", refere a instituição.
"Quando o processo de integração estiver concluído", acrescentou a fonte, o número total de acionistas da Africa50 aumentará para 35, composto por 32 países africanos, o Banco Africano de Desenvolvimento, o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e o Banco Al-Maghrib.
O acordo de subscrição de ações assinado por Moçambique segue-se à recente assinatura de um memorando de entendimento com a África50, durante a Cimeira do Clima, realizada em dezembro, no Dubai, para desenvolver quatro projetos no país, incluindo três centrais solares fotovoltaicas de 260 MW, uma das quais será a primeira central solar flutuante (100 MW) do continente.
"À medida que aceleramos o desenvolvimento de infraestruturas críticas para satisfazer as necessidades dos nossos cidadãos, é imperativo encontrar o parceiro certo para desenvolver e catalisar o financiamento para estes projetos e a Africa50 provou ser esse parceiro", afirmou Max Tonela, após a assinatura deste acordo de subscrição.
"Estamos muito satisfeitos por nos juntarmos à Africa50 como acionista e esperamos apoiar a visão de colmatar a lacuna infraestrutural do continente, ao mesmo tempo que trazemos desenvolvimento ao nosso povo", acrescentou o ministro.
Para o diretor-executivo da Africa50, Alain Ebobissé, Moçambique representa "um parceiro importante" no caminho para "colmatar a lacuna de infraestruturas do continente".
"Temos o prazer de já estarmos a trabalhar ativamente com o Governo em projetos transformadores de energia limpa e de transportes. Esperamos apoiar a visão de desenvolvimento de infraestruturas do país através de investimentos privados e parcerias público-privadas", disse ainda Alain Ebobissé.
A Africa50 foi criada pelos governos africanos e pelo Banco Africano de Desenvolvimento para colmatar a lacuna de financiamento de infraestruturas em África, facilitando o desenvolvimento de projetos, mobilizando financiamento e investindo em infraestruturas.
A Eletricidade de Moçambique (EDM) anunciou em 05 de dezembro que vai construir e operar novas centrais solares nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, avançando ainda com uma central solar flutuante na barragem de Chicamba, em Manica.
Em comunicado, a EDM refere que assinou um memorando de entendimento com a Africa50 para "desenvolvimento de projetos de produção e transporte de energias renováveis", no âmbito das iniciativas para "impulsionar a Transição Energética em Moçambique".
A Africa50 "irá cooperar com a EDM no desenvolvimento, financiamento, construção e operação" das centrais solares terrestres de Montepuez, em Cabo Delgado, e Angoche, em Nampula, com a capacidade instalada de 100 MegaWatts (MW) e 60 MW, respetivamente, englobando a componente de armazenamento de energia.
"Os acordos incluem, ainda, o desenvolvimento da primeira central solar flutuante de 100 MW, no reservatório da Central Hidroelétrica de Chicamba, com o objetivo de utilizar as superfícies de água existentes para a produção de energia, poupando, assim, as terras aráveis para fins agrícolas", acrescenta.
Leia Também: Moçambique prevê acesso universal à energia no país até 2030