Bruxelas reduz pela 3.ª vez projeções do PIB da zona euro e prevê 0,8% este ano

A Comissão Europeia reviu hoje, pela terceira vez consecutiva, as perspetivas de crescimento da economia da zona euro, para 0,8% este ano na zona euro e 0,9% na União Europeia (UE), um "crescimento modesto" que recupera em 2025.

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Lusa
15/02/2024 10:04 ‧ 15/02/2024 por Lusa

Economia

UE/Previsões

Nas previsões intercalares de inverno, hoje divulgadas, o executivo comunitário reduz, então, as perspetivas de crescimento para este ano, estimando que o Produto Interno Bruto (PIB) avance 0,8% na área da moeda única e 0,9% no conjunto da UE, o que compara com as anteriores projeções de, respetivamente, 1,2% e 1,3%, publicadas em novembro passado.

Em 2025, Bruxelas estima que a atividade económica cresça 1,5% na zona euro e 1,7% na UE, o que compara com anteriores previsões -- as de outono de 2023 -- de, respetivamente, 1,6% e 1,7%.

Esta que é a terceira vez consecutiva que há uma revisão em baixa (o que aconteceu nas previsões de setembro e novembro de 2023) deve-se, de acordo com a Comissão Europeia, ao "crescimento modesto do ano passado", numa "dinâmica da recuperação económica pós-pandemia nos dois anos anteriores".

Vincando que, ainda assim, foi possível "evitar por pouco uma recessão técnica no segundo semestre do ano passado", Bruxelas refere que "as perspetivas para a economia da UE no primeiro trimestre de 2024 continuam a ser fracas", daí esta nova previsão mais pessimista.

"Já no final de 2022, a expansão económica chegou a um fim abrupto e, desde então, a atividade tem vindo a estagnar globalmente, num contexto de queda do poder de compra das famílias, colapso da procura externa, forte aperto monetário e retirada parcial do apoio orçamental em 2023", adianta a instituição.

Em 2023, a economia do euro e da UE cresceu 0,5%.

"A economia da UE entrou, assim, em 2024 numa base mais fraca do que o previsto anteriormente. Depois de ter evitado por pouco uma recessão técnica no segundo semestre do ano passado, as perspetivas para o primeiro trimestre de 2024 continuam a ser pouco animadoras", reforça a instituição.

Também a pesar sobre esta previsão mais pessimista está o contexto geopolítico, dadas as tensões prolongadas e o alargamento do conflito no Médio Oriente ao Mar Vermelho, que "fazem pender a balança dos riscos para resultados mais adversos".

Estas projeções surgem numa altura em que se registam vários bloqueios no Mar Vermelho, onde os combatentes huthis iemenitas estão a atacar embarcações da Marinha Mercante em retaliação pela guerra de Israel na Faixa de Gaza.

Teme-se um eventual aumento dos preços na área da moeda única e na União devido a estes ataques no Mar Vermelho, que provocaram perturbações no transporte marítimo e aumentaram os custos nas rotas comerciais entre a Ásia e a Europa.

Ainda assim, a Comissão Europeia previu hoje um abrandamento da taxa de inflação na zona euro mais rápido este ano, para 2,7%, devido à queda acentuada dos preços da energia e a pressões moderadas, mantendo 2,2% em 2025.

Nas previsões intercalares de inverno, hoje divulgadas, o executivo comunitário prevê que a inflação medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) desacelere de 5,4% em 2023 para 2,7% em 2024 e para 2,2% em 2025 na área da moeda única e que, na União Europeia (UE), desça de 6,3% no ano passado para 3% este ano e 2,5% no próximo.

[Notícia atualizada às 10h27]

Leia Também: Bruxelas revê ligeiramente em baixa crescimento de Portugal para este ano

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