O gasoduto, assim que concluído, permitirá à Europa aceder a importantes reservas de gás natural na Argélia, na Nigéria e no Níger, bem como ao desenvolvimento socioeconómico da região.
"O projeto estende-se por 4.000 quilómetros desde Abuja [Nigéria] até à costa argelina. [...] restam apenas 100 quilómetros na Nigéria, 1.000 quilómetros no Níger e 700 quilómetros na Argélia", disse Arkab numa conferência de imprensa à margem do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF), que decorre em Argel.
O ministro argelino sublinhou a necessidade de mobilizar todos os meios para relançar o projeto depois dos atrasos sofridos e anunciou que os três países começaram a coordenar-se para concluir os estudos técnicos necessários antes de executar as restantes partes.
O projeto foi assinado pelos três países em 2009 e retomado em julho de 2022 num contexto em que a procura de gás e petróleo registou um aumento significativo enquanto a Europa procurava diversificar as suas fontes de energia contra o gás russo após a invasão da Ucrânia.
Com um orçamento de 10.000 milhões de dólares (9.220 milhões de euros), segundo estimativas iniciais, está previsto ser concluído num período de três anos (até 2027) para transportar anualmente entre 20.000 e 30.000 milhões de metros cúbicos ao país do Magreb.
O gasoduto será ligado pela empresa Medgaz a Espanha e pela Transmed a Itália, além do futuro Galsi, cuja construção está em andamento com a ilha italiana da Sardenha.
O Ministro da Energia argelino defendeu também o compromisso da Argélia em apoiar os países africanos em projetos do setor através da formação, seguindo as instruções do Presidente do país, Abdelmadjid Tebboune.
Por outro lado, anunciou que a empresa nacional de hidrocarbonetos, Sonatrach, está a trabalhar para intensificar a produção de gás, uma vez que apenas 47% da superfície total do território foi explorada enquanto as operações de exploração foram iniciadas na região oeste.
O presidente executivo da empresa estatal, Rachid Hachichi, lembrou que a produção de gás natural liquefeito (GNL) situou-se nos 30.000 milhões de metros cúbicos no ano passado, embora a sua capacidade real possa atingir os 56.000 milhões.
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