A CTT localiza-se no distrito de Inhassoro, província de Inhambane e, de acordo com a elétrica estatal, vai produzir 450 MegaWatts (MW) de energia elétrica com recurso às reservas de gás natural de Pande e Temane, por um período de 25 anos, aumentando em "cerca de 16% a capacidade instalada de produção de energia elétrica no país".
De acordo com a fonte, o objetivo é garantir o acesso à energia elétrica a mais de 1,5 milhões de famílias até 2030, no âmbito do programa do Governo de acesso universal à energia, e contribuir, igualmente, para potenciar a industrialização nacional, bem como consolidar o posicionamento de Moçambique como polo regional de energia na região da África Austral.
A construção de empreendimento arrancou em março de 2022, incluindo uma linha de transporte para a província de Maputo, com uma extensão de 563 quilómetros, e orçada em mais de 400 milhões de dólares (373 milhões de euros).
A CTT está orçada em 650 milhões de dólares (mais 606 milhões de euros) de acordo com dados da Globeleq, multinacional com participação maioritária na infraestrutura.
Além de gás natural, o empreendimento vai reutilizar o vapor gerado por aquele recurso também para a produção de uma quantidade adicional de energia elétrica, que será fornecida à EDM para a distribuição no mercado nacional. O excedente será exportado para a região austral africana.
A empresa esclarece que o processo de integração, verificação e testagem de toda a maquinaria da central está agendada para junho, neste caso "devido a atrasos do empreiteiro e ocorrência da tempestade tropical Filipo, que teve impacto negativo no progresso das obras".
A tempestade Filipo atingiu Moçambique em março.
Segundo informação da EDM, está em curso a seleção e contratação de profissionais que vão operar as máquinas na CTT, reconhecendo a empresa um atraso no processo.
"Todas as nossas valências e competência vão ser postos à prova, mais ainda temos a oportunidade de fazer dar certo e gerir a infraestrutura de forma responsável, salvaguardando o bom nome da EDM", avançou o administrador executivo para a área de desenvolvimento de negócios da EDM, Pedro Nguelume, face aos desafios na formação de recursos humanos para responder à operacionalização da CTT.
Em novembro, o ministro dos Recursos Minerais e Energia referiu que a CTT vai produzir energia a partir de gás natural fornecido por uma central de produção de gás que está a ser construída pela multinacional sul-africana Sasol em Inhassoro, a mais de 70 quilómetros de Maputo.
"Um ponto particular que queríamos enfatizar sobre a CTT é que vai produzir 450 MW" que serão fornecidos "ao país e, naturalmente, a outros clientes", avançou Carlos Zacarias.
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