Durante a etapa norte-americana da Eras Tour de Taylor Swift, o país testemunhou um aumento de 68% nos gastos diários em restaurantes locais. Os hotéis nas imediações do concerto também registaram um aumento nos gastos, neste caso de 47%. Além do impacto na hotelaria e restauração, o pequeno retalho também sentiu um forte impulso perante o fenómeno 'Swift Lift' na economia.
E por cá, também se vai sentir? Quase de certeza que sim.
Este mesmo efeito é esperado em Portugal, durante a Tour europeia da cantora, que entre maio e junho vai percorrer 10 cidades do velho continente, uma vez que é conhecido o gosto dos portugueses pela música e a apetência nacional pelos concertos de música ao vivo, o que cria forte expetativas quanto ao efeito económico 'Swift Lift' em Portugal, já que a cantora estará no país para duas atuações nos dias 24 e 25 de maio, no Estádio da Luz.
Segundo o estudo Experience Economy da Mastercard, que analisou os gastos em experiências em 24 países a nível europeu, 79% dos portugueses revela uma forte vontade de assistir a um concerto de nível mundial. Quando comparado com os vizinhos europeus, esta percentagem é de 63%.
Em Portugal, 75% dos inquiridos considera que ver atuar um músico de renome internacional é um programa muito atrativo e que 47% não trocaria por nenhuma outra experiência. É que 53% dos portugueses sente que ouvir a sua música favorita é a melhor coisa do mundo e, para 43%, ver ao vivo o seu cantor preferido seria o melhor momento da sua vida. 56% considera mesmo que estar na primeira fila do concerto da sua banda/artista favorita é um momento 'priceless', impossível de quantificar.
Aliás, ouvir música ao vivo é mesmo o momento de felicidade absoluta para 79% dos portugueses e para 62% dos europeus. A música ganha em larga medida ao cinema quando se trata de conquistar a atenção dos portugueses e 53% concordam que nada se compara a assistir a um concerto da sua banda preferida face a apenas 15% que consideram assistir a uma estreia de um filme uma experiência entusiasmante.
Natalia Lechmanova, Chief Economist Europe, Middle East & Africa, Mastercard Economics Institute, explica que “todos concordam que Taylor Swift é uma força cultural, mas nem todos conhecem a força económica que representa, nomeadamente ao nível do impacto económico que tem nos locais onde faz os seus concertos. Só no ano passado, durante a sua digressão 'Eras Tour' nos Estados Unidos, todos os restaurantes num raio de 4 km dos concertos da Taylor registaram um aumento de 68% nas receitas, enquanto as receitas de hotelaria aumentaram 47% na mesma área. Esperamos, por isso, um impacto económico ainda maior na digressão europeia, neste verão. As robustas redes de transportes na Europa vão facilitar o acesso dos fãs aos recintos de espetáculos, pelo que os benefícios poderão ser ainda mais alargados, muito para além das zonas circundantes aos estádios. Tal como nos EUA, é provável que as cidades mais pequenas, como Liverpool ou Lyon, tenham um maior impacto do que grandes centros como Londres ou Paris. Uma vez que a parte europeia da digressão se realiza no verão, constitui, também, uma oportunidade perfeita para os consumidores combinarem o concerto com uma oportunidade de férias, o que, obviamente, irá impulsionar ainda mais a economia das cidades europeias”.
Impacto cultural e económico do 'Eras Tour' nos EUA
'The Eras Tour', de Taylor Swift, demonstra uma enorme força cultural, mas também económica. O Tour percorre cinco continentes com 151 espetáculos agendados e é notório o chamado o 'Swift Lift', nas economias locais.
Após o anúncio público do relacionamento com o tight end do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, em 2023, e depois do quarto Grammy para álbum do ano, um recorde na história dos Grammys, o tour de Swift ganhou escala global e a experiência nos EUA é exemplificativa do impacto esperado noutras geografias.
O 'Eras Tour' visitou 20 cidades dos EUA em 2023, nas quais se verificou um incremento nas vendas para empresas locais nas imediações do estádio, num raio que variou entre 4 e 15km. O aumento nos gastos em restaurantes e alojamentos durante os dias do Tour foi claro e consistente. O consumo em restaurantes aumentou em média 68% por dia durante a duração do Tour (raio de 4km), enquanto o aumento médio para a área mais alargada (raio de 15 km) foi de 7%. O aumento dos gastos nos restaurantes deve-se, em grande parte, aos espetadores dos concertos. O maior ganho para os restaurantes foram as horas que antecederam as horas do concerto.
Em cidades como Kansas City, os gastos em restaurantes durante os dois dias do tour representaram quase duas semanas de gastos num período "normal" em restaurantes perto do Arrowhead Stadium. As cidades dos EUA que registaram o maior aumento nas vendas de alojamento foram Pittsburgh (54,1%), Cincinnati (63,9%) e Foxborough (100,5%).
As despesas com alojamento (hotéis) resultado do Swift Lift são mais diversificadas geograficamente, tendo aumentado em 47% nas imediações do estádio e em 32% num raio de 15km.
Natalia Lechmanova acrescenta que “é provável que haja um Swift Lift mais amplo, que começa bem antes dos concertos como, por exemplo, nas lojas locais de roupa ou lembranças inspiradas na cantora, hotéis que aumentam preços devido à concentração de visitantes, empregos que precisam ser criados para acomodar a onda de espetadores e fãs ou publicidade do local que recebe o Tour Eras.”
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