Segundo disse à Lusa fonte do setor financeiro, a reunião em Lisboa foi muito centrada na obrigação de os bancos avaliarem os riscos climáticos e socioambientais dos projetos a que atribuem crédito (os designados critérios ESG - Environmental, Social and Governance).
Buch avisou os banqueiros, de acordo com a mesma fonte, que o BCE está muito atento a este tema e que se os bancos não ponderarem estes riscos devidamente podem ficar sujeitos a sanções.
Questionado pela Lusa, o Banco de Portugal confirmou que Buch esteve na quarta-feira e quinta-feira, em Lisboa, "no âmbito do seu programa de visitas anuais às autoridades nacionais de supervisão" dos países que fazem parte do Mecanismo Único de Supervisão (MUS).
O supervisor e regulador bancário explicou que, nesta visita, Claudia Buch reuniu-se "com as equipas do Banco de Portugal que fazem parte do MUS e com responsáveis das instituições supervisionadas", tendo sido os principais temas abordados "o balanço da primeira década do Mecanismo Único de Supervisão e os desafios futuros da supervisão comum europeia".
A economista alemã Claudia Buch é desde janeiro a nova presidente do Conselho de Supervisão do BCE. Desde que tomou posse, tem viajado pelos vários países da zona euro reunindo-se com as autoridades de supervisão e com os bancos supervisionados.
Na semana passada, num discurso público citado pela agência Bloomberg, Claudia Buch disse que os bancos têm feito progressos, mas precisam de reforçar a gestão dos riscos climáticos e ambientais, levando-os em consideração quando aprovam empréstimos, e avisou que se não o fizerem o BCE pode tomar medidas, caso da subida dos níveis de capital.
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