Esta instância vai ser "encarregada de examinar o contrato entre a Gazprom o [grupo austríaco] OMV", prolongado há seis anos até 2040, e analisar "as possibilidades e os riscos" em caso de rescisão, disse aos jornalistas a ministra do Ambiente, a ecologista Leonore Gewessler.
Em 2018, o chanceler conservador Sebastian Kurz tinha assistido, ao lado de Vladimir Putin, à assinatura deste contrato, em Viena, que supostamente garante preços interessantes, mas cujas cláusulas nunca foram divulgadas.
O Estado é o acionista maioritário do OMV, com 31,5%, mas este sempre recusou mostrar a condições de compra, recorrendo ao direito privado.
Mas, segundo um porta-voz do Ministério, interrogado pela AFP, já aceitou que a comissão consultasse o contrato, depois de negociações.
"O prolongamento [do contrato] foi um erro", disse a ministra. Apelou a mais transparência, invocando o direito europeu e a recomendação feita a todos os Estados membros da União Europeia para saírem do gás russo até 2027.
Uma das funções da comissão é a de esclarecer o contexto político que enquadrou a assinatura do contrato controverso, apesar da anexação da Crimeia para Federação Russa, quando a Áustria era dirigida por um governo de direita e extrema-direita, próximo dos dirigentes russos.
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