Governo e setor público reduzem prazo de pagamento a fornecedores

O prazo para os pagamentos pelo Governo e pelo setor público baixou de uma média de 72 dias em 2023 para 65 dias em 2024, segundo um estudo desenvolvido pela empresa de gestão de crédito Intrum.

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Lusa
22/07/2024 12:17 ‧ 22/07/2024 por Lusa

Economia

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As conclusões são do European Payment Report 2024, sendo as categorias de Governo e setor público e construção os únicos entre as 15 analisadas que registaram uma redução este ano face a 2023.

 

"Todos os restantes setores registaram um aumento no número médio de dias que demoram a pagar aos seus fornecedores", refere um comunicado que acompanha o relatório e que detalha que na construção o prazo caiu em média quatro dias, para 57 dias.

O relatório regista que em Portugal os prazos para o pagamento a fornecedores estão "muito acima do que seria ideal", sendo que apenas o setor farmacêutico, medicina e biotecnologia "está abaixo dos cinquenta dias, pagando aos seus fornecedores, em média, em 49 dias".

Entre os setores com mais demoras no pagamento a fornecedores estão transportes e logísticas (75 dias, mais 13 que há um ano), energia e 'utilities' (70 dias, mais oito) e extração mineira e minérios, telecomunicações e tecnologia e media, todos com um prazo médio de 68 dias.

Com as maiores variações face a 2023 estão os seguros (mais 21 dias, para 62 dias), hotelaria e lazer (mais 14 dias, para 63 dias) e telecomunicações e retalho, ambas com mais 13 dias face ao ano anterior.

Citado no comunicado, o diretor-geral da Intrum, Luís Salvaterra, apontou que "apesar de alguns sinais positivos, existem claros sinais de degradação na disciplina de pagamentos que afetam profundamente a respetiva saúde financeira das empresas nacionais".

"Os fornecedores a quem pagam com atraso podem ter dificuldades para pagar aos seus próprios fornecedores nos prazos, e assim sucessivamente. Cada organização deve fazer mais para evitar este círculo vicioso", insistiu.

A Intrum enalteceu a intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no debate do Estado da Nação em que defendeu que o Estado pague mais rapidamente.

"É uma decisão positiva que irá, certamente, reduzir ainda mais a média de dias que o Governo e setor público demoram a pagar aos seus fornecedores, permitindo agilizar os pagamentos. Esperamos que os restantes setores de atividade sigam o exemplo", acrescentou o responsável da empresa.

No início de julho, o Governo anunciou o plano "Estado a pagar em 30 dias", uma das medidas previstas no Programa do Governo, e que passou a integrar um pacote com 60 medidas para dinamizar a economia portuguesa.

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