De acordo com uma informação da DGT a que a Lusa teve acesso, a reunião tripartida realiza-se no âmbito do pré-aviso de greve dos pilotos de voos internacionais da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), entre 27 de julho e 01 de agosto próximos.
A greve estava inicialmente marcada para arrancar em 24 de julho (quarta-feira), mas a DGT alertou os pilotos que o pré-aviso tinha de ser entregue com pelo menos sete dias de antecedência e foram obrigados a adiar o inicio da paralisação para três dias depois.
A DGT cabo-verdiana vai realizar a reunião como "tentativa de conciliação/mediação", com vista a superação de conflitos existentes entre as partes.
Em abril, os 32 pilotos de voos internacionais da companhia área pública cabo-verdiana anunciaram uma greve de seis dias, mas chegaram a um acordo com a companhia e desconvocaram a paralisação.
Entretanto, notaram que houve "recuo" por parte do Governo na materialização dos acordos e pretendem mesmo avançar para a paralisação.
"Apesar das várias negociações realizadas desde o mês de abril (...) mantém-se, ainda, por responder todas as reivindicações que estiveram na base do pré-aviso de greve anunciado em abril de 2024", avançou em conferência de imprensa, na semana passada, o presidente do Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil, Admilson Aguiar.
Para o sindicato, os compromissos assumidos pela tutela da empresa "não passaram de manobras dilatórias", pelo que ameaça levar a empresa a tribunal.
Entre as 12 reivindicações da classe, estão questões ligadas à segurança operacional, atrasos no processamento de salários, a inexistência de um programa de segurança, proteção da saúde e higiene no trabalho, uma redução de subsídios e cancelamento de consultas médicas.
A TACV, que opera com o nome comercial Cabo Verde Airlines (CVA), realiza voos internacionais para Portugal, França e Itália.
Em fevereiro, alugou dois aviões modelo ATR para salvar as rotas domésticas, depois de a concessionária Bestfly ter deixado o país, mas, apesar de haver uma melhoria global do serviço, mantêm-se várias queixas sobre falhas na operação.
O novo presidente da companhia é o economista Pedro Barros, que substituiu Sara Pires.
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