Este aumento "é particularmente impulsionado pelo investimento em transformação digital, modernização das infraestruturas tecnológicas e migração para a 'cloud', investimento em soluções de cibersegurança, e no interesse crescente em tecnologias de IA [inteligência artificial], 'big data' e analítica de negócio, que são vistas como essenciais para a inovação e competitividade no mercado global", explica o também vice-presidente do grupo.
De acordo com o responsável, "o mercado 'cloud' crescerá mais de 20% e atingirá quase mil milhões de euros em 2024". Já o mercado de soluções de segurança "irá crescer mais de 15% e atingirá quase 250 milhões de euros, o mercado de 'big data', analítica de negócio irá crescer 14% e ultrapassará os 200 milhões de euros".
No que respeita ao mercado de telecomunicações, este deverá crescer "apenas 3,4% e atingirá os 4,3 mil milhões de euros", em termos de perspetivas para 2024.
Relativamente ao primeiro semestre, o setor das tecnologias de informação (TI) em Portugal "apresentou um balanço positivo.
Até porque "houve um aumento significativo no investimento, impulsionado pela necessidade de acelerar a transformação digital, quer na perspetiva das soluções tecnológicas de colaboração para transformação dos modelos de trabalho, quer ao nível da transformação das operações, dos canais de relacionamento com clientes e dos produtos e serviços".
De acordo com o 'country manager' da IDC Portugal, continuam a verificar-se "investimentos para a modernização das infraestruturas tecnológicas, assim como para a cibersegurança e conformidade com a regulação".
Em termos de contratações, "o mercado de trabalho em TI também mostrou sinais de crescimento", com a procura por profissionais especializados a aumentar, nomeadamente nas áreas de desenvolvimento de 'software', cibersegurança e análise de dados.
"Neste sentido, a escassez de talentos qualificados continua a ser um desafio para as empresas que procuram expandir as suas equipas", admite Gabriel Coimbra.
As organizações portuguesas, tal como em outros países, "continuam a aumentar o seu investimento em tecnologia por várias razões", entre elas a transformação digital, uma vez que "transformar processos, canais e modelos de negócio" é condição para manter as empresas competitivas "numa economia cada vez mais digital", o que "é um fator chave".
A par da transformação digital, que "é um dos principais impulsionadores dos investimentos em tecnologia", a resiliência da economia também é importante.
"Apesar de toda a incerteza relacionada com as guerras na Europa e no Médio Oriente, assim como a inflação, o crescimento da economia global e em Portugal continua positivo, e isto tem sido um dos fatores que continuam a influenciar positivamente o crescimento dos investimentos em tecnologia", aponta Gabriel Coimbra.
Depois, "o maior impacto dos ciberataques e contínua necessidade de manter a conformidade com mais regulamentação, especialmente em áreas como cibersegurança e proteção de dados, também tem vindo a impulsionar os investimentos em tecnologias", a que acresce o aumento de interesse e investimento em IA e IA generativa.
"Quer ao nível descritivo, preditivo e mais recentemente generativo, a IA está a ser utilizada para aumentar a eficiência e a eficácia das organizações aos mais diversos níveis, desde as operações, processos, novos modelos de trabalhos, assim como no desenvolvimento de novos canais, produtos e serviços", pelo que "neste contexto é um dos principais aceleradores dos investimentos em tecnologia", conclui.
Sobre o ponto de situação da transição digital em Portugal, o responsável diz que se "tem registado progressos muito significativos nos últimos quatro anos, sendo que "hoje mais de metade das organizações públicas e oruvadas de média e grande dimensão já incorporam de alguma forma o digital" nas suas estratégias, diz.
Contudo, "é necessário também aumentar as competências digitais da população ativa, principalmente nas PME".
Gabriel Coimbra refere ainda que as PME em Portugal "têm demonstrado um acrescente consciencialização" sobre a importância da digitalização, mas que o seu desempenho nesta área "ainda está muito atrasado" comparativamente à média europeia.
As pequenas e médias empresas "ainda enfrentam barreiras, como a falta de recursos financeiros e humanos, além de um conhecimento limitado sobre as oportunidades" da digitalização.
"A necessidade de formação em competências digitais e o acesso a financiamento e apoio governamental são essenciais para que estas empresas possam avançar na sua jornada de transformação digital", defende.
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