Produção industrial brasileira caiu 1,4% em julho mas trajetória anual é ascendente

A produção industrial brasileira caiu 1,4% em julho face a junho, quando cresceu 4,3%, o maior aumento em quatro anos influenciado por fatores pontuais, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Lusa
04/09/2024 16:26 ‧ 04/09/2024 por Lusa

Economia

Brasil

A queda na produção foi atribuída à base de comparação elevada em junho, quando o setor foi influenciado pelo regresso à produção de unidades que foram direta ou indiretamente afetadas pelas chuvas ocorridas no estado brasileiro do Rio Grande do Sul em maio de 2024.

 

"Grande parte do recuo registado neste mês tem relação com o avanço expressivo visto no mês anterior, mas também se observa que importantes plantas industriais [fábricas] realizaram paralisações no seu processo produtivo", destacou André Macedo, investigador citado num do IBGE.

O mesmo especialista explicou que o resultado de julho caracterizou-se por ter poucas, porém atividades industriais com relativa importância, que mostraram queda na produção acima da média.

O resultado negativo de julho também foi atribuído à forte queda na produção das indústrias alimentícias, com um recuo de 3,8%, devido à seca histórica que atinge o Brasil. A seca também provocou queda de 3,2% na produção do setor de papel e celulose.

"Apesar disso, quando comparamos o patamar da indústria em julho deste ano com dezembro de 2023, o setor industrial está 1,2% acima, mostrando a permanência de uma trajetória ascendente", realçou Macedo.

Em relação a julho de 2023, a produção na indústria brasileira registou um crescimento de 6,1%. No ano, acumula uma alta de 3,2% e, em 12 meses, a expansão é de 2,2%.

Com estes resultados, a indústria encontra-se 1,4% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 15,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, obtido em maio de 2011.

Segundo dados divulgados na véspera pelo IBGE, a indústria, com expansão de 1,8%, foi uma das principais responsáveis pelo crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro economia no segundo trimestre do ano.

O crescimento trimestral acima das expectativas levou o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, a informar que o Governo deve aumentar a sua projeção sobre o crescimento da economia este ano de 2,5% para 2,8%. 

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