A aquisição de ações pelo Unicredit ao banco alemão insere-se numa estratégia que ficou conhecida após ter sido anunciada no passado dia 11 de setembro a compra pelo banco italiano de 9% dos títulos do Commerzbank, segundo a agência EFE.
Hoje, o banco italiano liderado por Andrea Orcel aproveitou a queda de valor das ações do Commerbank e adquiriu mais 11,5% das ações da entidade alemã, o que o colocará como o maior acionista do banco perante as autoridades alemãs assim que o processo for definitivamente validado.
A operação deu origem a especulações sobre uma possível fusão das duas entidades.
Os executivos do banco alemão consideram que uma eventual união com o banco italiano é uma ameaça para as empresas alemãs, pois pode colocar obstáculos à concessão de empréstimos a pequenas e médias empresas, indicou hoje o jornal Financial Times.
O Unicredit pediu também autorização ao Banco Central Europeu (BCE) para aumentar a sua participação na entidade alemã para 29,9%, o que ainda está em processo de tramitação e pendente de aprovação e pode colocar o banco no limiar de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição), refere a EFE.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, advertiu hoje, em declarações a jornalistas em Nova Iorque, que "os ataques hostis" prejudicam os bancos.
"Ataques hostis e aquisições forçadas não são bons para os bancos", disse Olaf Scholz, citado pela AFP, acrescentando que o Governo "se posicionou claramente a este respeito".
Pouco antes, uma fonte próxima do Ministério das Finanças alemão, citado também pela AFP, referiu que o Governo alemão irá opor-se a uma possível aquisição do Commerzbank pelo Unicredit.
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