A equipa do FMI, liderada por Yan Carrière-Swallow, esteve em Díli entre 25 de setembro e terça-feira, numa visita para consultas ao abrigo do artigo IV.
"Espera-se que o crescimento aumente em 2024, impulsionado por um aumento na despesa pública e pelo forte crescimento do crédito, e que mantenha o seu impulso em 2025", disse Yan Carrière-Swallow, citado no comunicado, divulgado na terça-feira.
Yan Carrière-Swallow afirmou também que a inflação "caiu acentuadamente" esta ano, prevendo-se que "continue a diminuir com a moderação dos preços globais dos alimentos".
Mas a economia de Timor-Leste continua pouco diversificada e dependente da despesa pública, apontou a instituição.
"O projeto de orçamento de 2025 contém um aumento adequado na despesa em projetos de capital, saúde e educação, mas também um aumento excessivo na despesa corrente. Espera-se que os grandes défices persistam à medida que a despesa se mantém elevada, exigindo retiradas excessivas do Fundo Petrolífero, o que levará ao seu esgotamento total até ao final da década de 2030", salientou Yan Carrière-Swallow.
O Governo de Timor-Leste entregou a semana passada no parlamento nacional uma proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025 de 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), o que representa um aumento de 650 milhões de dólares (cerca de 581 milhões de euros) em relação ao proposto para este ano.
O OGE é financiado maioritariamente por transferências do Fundo Petrolífero, que em junho tinha o valor de 18,47 mil milhões de dólares (cerca de 16,91 mil milhões de euros).
Para evitar o esgotamento do Fundo Petrolífero, o FMI recomendou um "cenário de reforma de 10 anos que apoie a diversificação económica e reduza gradualmente os défices fiscais" e a "aceleração da emissão de títulos de propriedade", uma "fonte crucial de garantia para famílias e empresas que procuram crédito junto dos bancos".
Durante a estada em Díli, a equipa do FMI esteve reunida com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, com a ministra das Finanças, Santina Cardoso, com o governador do Banco Central, Hélder Lopes, parceiros de desenvolvimento, setor privado e sociedade civil.
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