Ouvida numa audição no Parlamento Europeu para ter o aval dos eurodeputados para assumir a pasta dos Serviços Financeiras, a comissária europeia nomeada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, frisou, em resposta à deputada Stéphanie Yon-Courtin, que falta na União um mercado financeiro funcional que facilite o acesso das empresas ao financiamento.
"É muito difícil (para as empresas) encontrarem o financiamento que precisam, é também difícil para os nossos investidores, mesmo os de retalho, encontrarem as oportunidades que merecem para poderem fazer as suas poupanças e para que essas poupanças lhes permitam ter um melhor futuro. E isso acontece porque nós não temos um mercado financeiro a funcionar", disse.
A antiga ministra das Finanças defendeu que é preciso construir esse mercado e frisou a importância de uma "supervisão mais centralizada ou através da cooperação com as autoridades nacionais".
Maria Luís Albuquerque sublinhou a necessidade de "preservar a estabilidade financeira" e "pressionar os parceiros internacionais para manterem os acordos", afirmando que essa é uma condição necessária para "manter um sistema financeiro resiliente".
Assegurou ainda, após ser questionada sobre o seu passado profissional, que manterá a independência no exercício das suas funções, assumindo a defesa dos "interesses dos cidadãos europeus e da União Europeia" como um "desígnio para o futuro".
Questionada pelo deputado húngaro Eniko Gyori, dos Patriotas pela Europa sobre se "tratará todos os eurodeputados de forma igualitária independentemente da tendência política", Albuquerque revelou ter pedido reuniões com todas as famílias políticas antes da audição desta quarta-feira.
"Comprometo-me a manter essa abertura e a estar disponível para todos", acrescentou.
A comissária europeia nomeada por Portugal para a pasta dos Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, incumbida de desbloquear investimento na União Europeia (UE), está hoje a ser ouvida pelos eurodeputados da tutela em Bruxelas para ter aval do Parlamento Europeu.
A audição pela comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, em conjunto com as comissões do Mercado Interno e a da Proteção dos Consumidores e das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos é um passo fundamental para a nomeação da antiga ministra das Finanças ter aval dos eurodeputados para fazer parte do segundo executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen.
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