"A ideia agora é, no quadro do Fundo Social Europeu, introduzirmos melhorias e termos um leque mais alargado de apoios para os empreendedores", explicou, para logo reforçar: "Temos de criar uma sociedade de empreendedores, pessoas que criam o seu negócio, gerem a sua vida económica, criam postos de trabalho."
Miguel Albuquerque falava aos jornalistas no Funchal, no decurso de uma visita a quatro empresas constituídas ao abrigo do CRIEE -- Programa de Criação de Empresas e de Emprego, financiado pelo Fundo Social Europeu e gerido pelo Instituto de Emprego da Madeira.
Desde que o CRIEE foi instituído na região, em 2015, foram criadas 554 empresas e 939 postos de trabalho, num investimento total de 9,5 milhões de euros.
O governo madeirense pretende alterar o modelo do programa até ao final do ano, para reforçar os apoios concedidos aos desempregados para criação de empresas, alterando a referência do financiamento do Indexante dos Apoios Sociais (505,26 euros) para o salário mínimo regional (850 euros).
De acordo com a presidente do Instituto de Emprego da Madeira, Vânia Jesus, que acompanhou a visita do chefe do executivo, o novo modelo prevê um reforço das majorações conforme a situação do candidato e as áreas de investimento e também para empresas constituídas maioritariamente por mulheres.
Vânia Jesus não especificou, contudo, qual será o novo valor dos apoios.
Entre 2023 e 2024 (até à data), o Instituto de Emprego da Madeira celebrou 74 contratos de concessão de incentivos de projetos no âmbito do CRIEE, no valor de 1,2 milhões de euros e com a criação de 105 postos de trabalho.
As quatro empresas que Miguel Albuquerque visitou hoje -- um restaurante, uma escola de condução, uma oficina de caixilharia e manutenções e uma barbearia -- correspondem a um apoio global de 107.822 euros, resultando na criação de 10 postos de trabalho.
De acordo com o Instituto de Emprego da Madeira, a fixação dos projetos é mais prevalente no concelho do Funchal, com cerca de 55% do total, seguindo-se os concelhos de Santa Cruz (14%) e Machico (8%). Cerca de 20% dos projetos são respeitantes a "Alojamento, restauração e similares", seguindo-se as áreas "Outras atividades de serviços" (19%) e "Comércio por grosso e a retalho" (17%).
A maioria dos promotores (60%) tem idade compreendida entre os 30-44 anos, seguindo-se os promotores com idade igual ou superior a 45 anos (22%) e, por último, os jovens com idade até aos 29 anos (18%).
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