Entre estes países, "os mais pobres e vulneráveis" pagaram um valor recorde de 96,2 mil milhões de dólares para pagar o serviço da sua dívida, incluindo quase 35 mil milhões de dólares apenas para custos de juros, também um recorde, segundo o documento divulgado na terça-feira.
Estes países são elegíveis para um empréstimo da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), a agência do Banco Mundial que concede empréstimos aos países mais pobres.
As taxas elevadas levaram os custos dos juros para o nível mais elevado dos últimos 20 anos, realçou o Banco Mundial, que afirma que a taxa paga sobre os empréstimos dos credores oficiais duplicou para mais de 4%.
As taxas cobradas pelos credores privados foram ainda piores, atingindo os 6%, as mais elevadas em 15 anos.
Embora as taxas de juro tenham começado a descer em muitas economias avançadas, incluindo os Estados Unidos, no geral "espera-se que se mantenham acima da média da década anterior à pandemia de covid-19", referiu o Banco Mundial no comunicado.
"Com exceção dos fundos do Banco Mundial e de outras instituições multilaterais, o dinheiro está a sair das economias pobres quando deveria estar a entrar", sublinhou Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, citado no comunicado de imprensa.
Confrontados com este elevado custo do serviço da dívida externa, muitos países em desenvolvimento contraíram mais empréstimos junto de instituições multilaterais como o Banco Mundial, o que sobrecarregou ainda mais as suas finanças.
"Nos países pobres altamente endividados, os bancos multilaterais de desenvolvimento desempenham agora o papel de credores de última instância, um papel para o qual não foram concebidos", acrescentou.
Leia Também: Países mais pobres enfrentam financiamento mais caro nos próximos anos