"Precisamos de recursos humanos, de veículos, de condições legais, de apoio das nossas hierarquias. Precisamos de uma AT verdadeiramente organizada", afirmou, o presidente do STI, Gonçalo Rodrigues, depois de ter sido recebido pelo chefe de gabinete do presidente da Assembleia da República para entregar o caderno reivindicativo, enquanto decorria a manifestação dos trabalhadores em frente ao parlamento.
Gonçalo Rodrigues indica que a atual situação da AT não permite aos trabalhadores fazerem o seu trabalho, como gostariam. E a falta de recursos humanos é um dos principais problemas apontados.
"Temos uma média etária na AT de 56 anos", sublinha, referindo que a classe está "envelhecida", a que se somam cerca de 700 saídas por ano, para o que pedem soluções ao Governo.
"Até agora o que o Governo deu foi zero. Houve algumas reuniões, apresentámos problemas e o Governo nunca nos apresentou soluções", lamenta, salientando que "foi essa "ausência de soluções", que levaram milhares de trabalhadores a participarem na manifestação de hoje.
"As pessoas estão descontentes. Se o Governo não aproveitar agora para, de uma vez, por todas resolver os problemas [...] antevejo um ano de 2025 atribulado na AT", professa.
Os trabalhadores da AT estão em greve hoje e sexta-feira. O STI indicou que hoje estiveram fechados 70% dos serviços de finanças dos mais de 300 existentes.
A paralisação foi marcada em meados de outubro, durante uma reunião geral de trabalhadores tendo o pré-aviso da greve para 19 e 20 de dezembro sido enviado na sequência da ausência de resposta do Governo às reivindicações.
Entre as exigências do STI estão um aumento adicional de 10% ao ano, a começar em 2025 e a terminar em 2027, de forma a compensar as perdas de poder de compra e alinhar com a valorização salarial de outras carreiras gerais que viram a sua tabela salarial revista em 2023 e progressões no máximo de seis em seis anos para que seja possível atingir o topo da carreira em 30 anos de trabalho.
O STI exige ainda a resolução imediata do problema dos colegas não licenciados, que seja conferida aos trabalhadores a "autoridade necessária" para desempenhar a sua missão ou ainda um "regime rigoroso" de admissões à AT e acesso exclusivo às funções tributárias e aduaneiras com base nas regras definidas no regime de carreiras em vigor.
Leia Também: Trabalhadores do Fisco atiram códigos tributários para escadaria da AR