Dos lucros de 588 milhões de euros, 511 milhões de euros vieram da atividade em Portugal e o restante das operações em Angola (39 milhões de euros, menos 5% do que em 2023) e Moçambique (38 milhões de euros, menos 3%).
O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, destacou que este é o "maior resultado de sempre" mas também que o banco está hoje muito mais capitalizado do que no passado. Quanto a dividendos, disse que deverá ser distribuído ao acionista (o grupo bancário espanhol CaixaBank) 55% a 75% do resultado de 2024.
Quanto à intenção do BPI de reduzir a participação no Banco Fomento Angola (BFA), através de uma entrada de capital em bolsa (Oferta Pública Inicial ou IPO, na sigla em inglês), o gestor afirmou que o processo decorre sem novidades e que se mantém a intenção de concluir a operação este ano. Considerou, contudo, que esta é uma operação complexa por o mercado de capitais angolano ser incipiente e por não ser fácil encontrar investidores dada a dimensão do banco.
"Não temos nenhum cenário alternativo [ao IPO para reduzir a participação em Angola], a preocupação é que isto corra bem", disse.
Ainda quanto aos resultados do BPI, em 2024, a margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) aumentou 3% para 979 milhões de euros, enquanto as comissões bancárias cresceram 12% para 326,6 milhões de euros o que o banco justificou com o crescimento do negócio e com uma antecipação de comissões de seguros (em resultados comparáveis as comissões aumentariam 7%).
Olhando para o balanço, o crédito total subiu 3% para 31,1 mil milhões de euros em 2024, com crédito à habitação a subir 5% para 15,2 mil milhões de euros. O rácio de crédito problemático desceu para 1,4% (face a 1,5% em dezembro de 2023).
Os depósitos subiram 4% para 30,5 mil milhões de euros.
Os custos de estrutura subiram 5% para 555 milhões de euros. Os custos com pessoal desceram 2% para 247 milhões de euros.
O presidente do BPI disse hoje que o banco tem tido saídas de pessoas mais velhas (acima dos 55 anos) em rescisões por acordo e reformas, contratando em contrapartida trabalhadores jovens (sobretudo abaixo de 30 anos). Em 2024, disse João Pedro Oliveira e Costa, saíram 240 funcionários e foram contratados 225 pessoas.
[Notícia atualizada às 17h44]
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