Reformas económicas na Etiópia são difíceis, mas "darão frutos"

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu este domingo que as reformas económicas na Etiópia, onde a economia ainda é amplamente administrada pelo estado, são duras, mas assegura que darão frutos.

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© J. Countess/Getty Images

Lusa
09/02/2025 12:26 ‧ ontem por Lusa

Economia

Etiópia

Nos últimos meses, as autoridades etíopes adotaram reformas económicas para atrair investidores e, no início de janeiro, o país, com 120 milhões de habitantes, lançou a sua Bolsa de Valores.

 

No final de julho passado, para obter um empréstimo do FMI, a Etiópia anunciou uma reforma significativa do sistema de câmbio, anteriormente altamente controlado pelo estado, permitindo que os bancos comerciais fixassem livremente a taxa de câmbio.

"O programa de reformas que a Etiópia adotou é exigente, leva tempo, mas dará frutos -- alguns já estão a surgir, outros virão", afirmou a diretora-geral do FMI numa conferência de imprensa em Adis Abeba, com o ministro das Finanças, Ahmed Shide.

Segundo Kristalina Georgieva, o crescimento do PIB atingiu 8,1% em 2024, face aos 6,1% das projeções anteriores, devido sobretudo à abertura de espaço para a iniciativa privada.

Quando assumiu o poder em 2018, o primeiro-ministro Abiy Ahmed manifestou a intenção de reformar a economia.

Os impactos da pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e o conflito na região setentrional do Tigré (cujo custo é estimado em cerca de 20 mil milhões de dólares) afetaram, no entanto, a economia do país.

Em 2022, a inflação disparou, atingindo 33,9% e, desde então, tem vindo a diminuir, situando-se em 23,9% no ano passado e prevendo-se que desça para 13,3% em 2026.

"A inflação está a diminuir, e isso é particularmente importante para os etíopes que enfrentam preços elevados", afirmou também a diretora do FMI.

As autoridades etíopes estão há vários anos a negociar com os credores para reestruturar a dívida, depois de o país ter entrado em incumprimento parcial no final de 2023. "Estamos na reta final da reestruturação da dívida", garantiu Kristalina Georgieva.

"Acreditamos firmemente que o nosso programa de reformas em curso trará, no final, benefícios significativos para o nosso povo e criará oportunidades", nomeadamente em termos de criação de empregos, declarou, por sua vez, Ahmed Shide.

Em julho, o FMI aprovou um programa de ajuda à Etiópia no valor total de 3,4 mil milhões de dólares.

A instituição financeira elogiou, em outubro, o programa de reformas económicas do país, afirmando que "continua a avançar de forma satisfatória" e que a "disponibilidade de divisas estrangeiras melhorou".

Leia Também: UE destina 40 milhões de euros para ajuda humanitária à Etiópia em 2025

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