Os países do mundo chegaram na quinta-feira a um compromisso em Roma sobre o financiamento da conservação da natureza na conferência da ONU sobre a biodiversidade, a COP16, depois de terem fracassado há quatro meses na conferência realizada na Colômbia, a primeira parte da COP16.
O acordo de Roma deverá desbloquear os milhares de milhões necessários para travar a destruição da natureza e distribuir melhor o dinheiro aos países em desenvolvimento.
Em comunicado, o Ministério do Ambiente e Energia destaca hoje que o acordo inclui um aumento significativo do financiamento para a proteção da biodiversidade, através da meta que estabelece a mobilização de pelo menos 200 mil milhões de dólares até 2030 para ações de proteção da biodiversidade.
"Assim, os países desenvolvidos comprometem-se a aumentar o financiamento para países em desenvolvimento, atingindo os 20 mil milhões de dólares até 2025 e 30 mil milhões de dólares, por ano, até 2030", salienta o Governo, frisando também a importância de se fortalecer o financiamento privado, direcionando recursos para a biodiversidade, e a importância da meta de eliminar ou reajustar subsídios que prejudicam a biodiversidade.
Citada no comunicado, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, que liderou a delegação portuguesa em Roma, considerou o acordo histórico, demonstrando o compromisso global com a proteção da biodiversidade.
"Portugal congratula-se com as metas estabelecidas e reafirma o seu compromisso em contribuir para a sua implementação", disse a ministra.
Portugal, recorda o Governo, tem 36% das áreas terrestres sob medidas de proteção e conservação, e nas áreas marinhas aumentou a proteção para 19%, com a recente criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores.
A COP16 decorreu em Cali, na Colômbia, durante duas semanas mas foi suspensa em 02 de novembro sem que tivesse sido alcançado um acordo sobre o financiamento para a proteção da natureza.
A segunda parte da COP16 decorreu em Itália e em três dias foi possível um acordo.
Na COP15, que tinha decorrido em Montreal, Canadá, em dezembro de 2022, foi conseguido um acordo histórico, tendo sido adotado um Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, para enfrentar a perda de biodiversidade e restaurar ecossistemas.
O acordo inclui o compromisso de restaurar 30% dos ecossistemas degradados até 2030 (em terra e no mar) e conservar e gerir 30% do planeta (em terra e no mar) até 2030.
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