"O que não pode acontecer com este anúncio é ficar na gaveta, nem dependente de ciclos políticos. A CAP apela desde já para que o mesmo seja efetivado", sustenta a confederação numa declaração escrita enviada à agência Lusa.
Segundo salienta, "esta decisão e o conjunto de investimentos que lhe está associado, assim como a visão de uma gestão integrada, merece total apoio por parte dos agricultores portugueses, independentemente dos Governos que o venham a concretizar".
Na nota enviada à Lusa, a CAP afirma que a estratégia "Água que Une" - apresentada no domingo pelo executivo de Luís Montenegro e que prevê quase 300 medidas -- tem "o mérito de, pela primeira vez, prever o uso eficiente da água com disponibilidade para todo o território".
Salientando que esta visão "vai permitir o desenvolvimento da indústria, do comércio, do turismo e também da agricultura", a confederação lembra que "porque Portugal não tem falta do recurso água, mas sim uma enorme falta de gestão desse recurso".
"A água é de todo o país e para todo o país. E esta visão de que onde há água há economia, onde há água há pessoas, oportunidades e desenvolvimento é a visão certa", sustenta.
Para a CAP, o investimento previsto de 5.000 milhões de euros em infraestruturas e tecnologia "é muito expressivo", mas totalmente justificado, "em nome da sustentabilidade e da coesão territorial", sendo que, associando-o a "uma visão integrada da gestão da água e com um modelo de governação que considere o país como um todo, estar-se-á finalmente a garantir o desenvolvimento da agricultura e do país de uma forma mais homogénea e equitativa".
Com quase 300 medidas a implementar, algumas das quais até 2050, a estratégia nacional "Água que Une" prevê a construção de novas barragens, redução de perdas nos diferentes sistemas e, como último recurso, interligação entre bacias hidrográficas.
Segundo o documento enviado aos jornalistas, a estratégia prevê um aumento da eficiência, através da redução de perdas de água nos sistemas de abastecimento público, agrícola, turístico e industrial, a utilização de água residual tratada, a otimização de barragens e a construção de novas.
A estratégia prevê ainda a criação de novas infraestruturas de captação de água, unidades de dessalinização e, em último recurso, a interligação entre bacias hidrográficas, estando também integradas medidas para restaurar ecossistemas fluviais e para uma gestão integrada da água.
O documento apresenta vários exemplos, divididos por regiões.
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