De acordo com informação do banco, o conselho de administração do estatal Exim Bank, que apoia as exportações e importações norte-americanas, refere que a "segunda emenda" ao empréstimo concedido em 2019 ao projeto, de até 4.700 milhões de dólares (4.300 milhões de euros), foi aprovada em 13 de março "por unanimidade".
O financiamento visa "apoiar a exportação de bens e serviços dos EUA para o desenvolvimento e construção" do projeto integrado de LNG, investimento de 15 mil milhões de dólares (13,8 mil milhões de euros) que a TotalEnergies está a construir -- suspenso desde 2021 devido a ataques terroristas em Cabo Delgado - na península de Afungi.
"Apoiará a engenharia, aquisição e construção da fábrica de LNG 'onshore', instalações relacionadas e atividades 'offshore'. A transação, que estava numa pausa de quatro anos, apoiará cerca de 16.400 empregos norte-americanos bem remunerados que sustentam trabalhadores e famílias em mais de 68 empresas em 14 estados", lê-se na informação do Exim Bank, que destaca ser "o maior negócio na história de 91 anos" da instituição de crédito.
Além de reembolsado nos 4.700 milhões de dólares, o Exim Bank prevê receber 600 milhões de dólares (554 milhões de euros) em juros.
Citado no documento, o vice-presidente do banco, Jim Burrows, sublinha que este financiamento permitirá exportar equipamento norte-americano para Cabo Delgado, "algo que, em vez disso, teria ido para fabricantes chineses e russos, não fosse a liderança do Presidente [dos Estados Unidos Donald] Trump em reautorizar" o aval ao empréstimo concedido em 2019 pelo Exim Bank.
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, agradeceu na quinta-feira ao homólogo norte-americano a aprovação de financiamento: "O vosso apoio desempenha um papel crucial no avanço deste projeto crucial. O projeto Moçambique LNG tem o potencial de gerar 13 milhões de toneladas de LNG por ano, criar 40 mil novos empregos, incluindo aproximadamente 20 mil nos EUA".
"Este apoio permite a participação de empresas norte-americanas em Moçambique e contribui para a segurança energética global, no quadro de uma parceria sólida entre os nossos dois países", acrescenta a missiva.
A petrolífera TotalEnergies afirmou esta semana que o financiamento para retomar o megaprojeto de exploração de gás natural em Cabo Delgado, está quase fechado, depois do aval do Exim.
"Estamos ainda numa situação de força maior, o projeto não reiniciou ainda, mas um dos passos críticos era a decisão do Exim Bank, que reconfirmou, reafirmou, o seu suporte para o financiamento global do projeto. É um financiamento muito importante, é um passo crítico", afirmou o diretor da TotalEnergies para Moçambique, Maxime Rabilloud.
A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural.
O projeto de LNG da TotalEnergies, um dos três em desenvolvimento em Moçambique, está suspenso desde 2021, devido aos ataques terroristas em Cabo Delgado, que levou a petrolífera a invocar a cláusula de força maior e a retirar todo o pessoal do estaleiro de obras.
Tal obrigou o consórcio de bancos financiadores a reconfirmarem o financiamento previamente aprovado, estando a retoma do projeto também condicionada ao restabelecimento da segurança, que conta naquela área com o apoio das forças armadas do Ruanda.
Maxime Rabilloud explicou que além do Exim Bank norte-americano, os bancos asiáticos do consórcio financiador já tinham reconfirmado igualmente um financiamento de cerca de cinco mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros), estando apenas pendente a reconfirmação do financiamento de bancos europeus.
Desde outubro de 2017 que Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
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