"Persistem taxas elevadas de pobreza e de subnutrição, níveis alarmantes de atraso no crescimento infantil e grades lacunas nos domínios da saúde, educação e competências", pode ler-se no relatório, que considera o investimento no capital humano um "desafio político significativo".
Destacando a criação da força tarefa interministerial para os Assuntos Sociais do Governo, como um "passo promissor" para o desenvolvimento da "primeira infância, nutrição e segurança alimentar e o empoderamento dos jovens", o BAD defende, contudo, que o investimento ainda pode ser "mais reforçado".
Para isso, o BAD propõe a otimização da despesa orçamental com o aumento do investimento público na educação, no desenvolvimento de competências, proteção social e saúde.
Segundo o banco, aquele aumento deve ser uma "prioridade" até porque continua abaixo da meta de 8% do Produto Interno Bruto, definido no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste para 2011-2030.
"Os gastos de investimento na saúde e educação nacionais podem mais do que duplicar, através da realocação de fundos das despesas correntes, assegurando simultaneamente o bom funcionamento e a maior eficiência dos serviços públicos", defende aquela instituição financeira no relatório.
O BAD propõe também que os investimentos no desenvolvimento de capital humano sejam "bem direcionados" e que é preciso desenvolver mais trabalho para melhorar o acesso aos serviços de saúde, apoiar o desenvolvimento na primeira infância com programas de educação, saúde e nutrição.
Para os jovens, o BAD defende que sejam proporcionadas mais oportunidades de aprendizagem contínua, bolsas de estudo e formação técnica e profissional e, por outro lado, que sejam reforçados os sistemas de proteção social com a atribuição de mais apoios.
"O reforço dos investimentos no desenvolvimento do capital humano é essencial para promover o crescimento económico a longo prazo e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", salienta o relatório.
Por último, o relatório propõe que os recursos devem ser mobilizados de forma mais eficaz através de políticas e regulamentos que favoreçam as parcerias público-privadas com partilha de riscos.
Timor-Leste é um dos países mais jovens do mundo com 1,3 milhões de habitantes, 64,6% dos quais com menos de 30 anos.
Mas segundo dados da ONU, 47% das crianças com menos de cinco anos sofre de má nutrição crónica, 8,6% de desnutrição aguda, 32% têm peso abaixo do previsto e deficiências de vitamina A, ferro e iodo.
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