Agências de viagens receiam travão ao crescimento do mercado norte-americano

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) receia que a inflação e eventual recessão nos Estados Unidos (EUA), na sequência das tarifas comerciais, travem o crescimento daquele importante mercado no país.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
09/04/2025 16:56 ‧ há 4 dias por Lusa

Economia

APAVT

"A espetacular dinâmica recente do mercado emissor americano para o nosso país, deve provocar-nos preocupação acrescida: inflação e eventual recessão no final do ano, nos EUA, trariam certamente alguma espécie de travão ao crescimento deste mercado, que se tem revelado tão importante junto de Portugal", considerou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, em resposta escrita à Lusa.

 

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, na semana passada, novas tarifas sobre todas as importações, com sobretaxas para os países considerados particularmente hostis ao comércio.

No caso da União Europeia, as novas tarifas norte-americanas de 20% a produtos importados acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

A APAVT disse estar receosa das eventuais consequências desta medida, que pode acelerar a inflação e até mesmo causar depressões económicas, provocando menos consumo mundial, o que "poderia implicar, de facto, menor número de turistas a nível mundial".

Questionado sobre se a instabilidade política nos EUA e as novas políticas de controlo de fronteiras estão a ter impacto na procura daquele destino por turistas portugueses, Pedro Costa Ferreira considerou que ainda é "cedo para comentários definitivos", até porque "a dinâmica do mercado emissor português para os EUA implica ela própria que, nesta fase do ano, não existam reservas em número significativo".

"Contudo, se a instabilidade política se mantiver e as políticas identitárias e antiglobalização perdurarem, é natural que venhamos a ter, este ano, menos turistas portugueses nos EUA", realçou o presidente da APAVT.

Contactada pela Lusa, a Agência Abreu, uma das principais no país, admitiu registar "uma ligeira quebra de passageiros para o destino" EUA.

"Tudo o que signifique restrição de livre circulação de pessoas e sentimento de insegurança afeta qualquer destino. Nos EUA não será diferente", salientou a agência de viagens.

A Lusa contactou outras duas principais agências de viagens do país, mas não obteve resposta até ao momento.

Em 26 de março, a vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, destacou a incerteza quanto à política comercial dos Estados Unidos, que terá impactos em todo o mundo, como o provável abrandamento da procura turística pelos EUA, mas que poderá ser compensada pela procura interna na Europa e outros destinos como o mercado asiático.

Leia Também: "Deterioração das relações". Pequim avisa chineses sobre viagens aos EUA

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