"As nossas projeções preliminares sugerem que o comércio de mercadorias entre estas duas economias pode diminuir até 80%", alertou a diretora-geral da OMC.
O Presidente norte-americano anunciou hoje um aumento imediato para 125% das tarifas aos produtos chineses e a suspensão por 90 dias da aplicação das taxas a mais de 75 países, enquanto decorrem negociações comerciais.
A diretora-geral da OMC recordou que os EUA e a China representam, no seu conjunto, 3% do comércio mundial e que o confronto em que se envolveram "tem implicações mais vastas que podem prejudicar seriamente as perspetivas económicas globais".
Okonjo-Iweala explicou ainda que os efeitos macroeconómicos negativos não se limitarão aos Estados Unidos e à China, mas estender-se-ão a outras economias, especialmente às nações menos desenvolvidas.
Para a OMC, existe o perigo de uma fragmentação do comércio mundial "segundo linhas geopolíticas", ou seja, uma divisão da economia mundial em, pelo menos, dois blocos.
A consequência poderia ser uma redução a longo prazo do Produto Interno Bruto (PIB) real mundial de quase 7%, indicou.
"O desvio do comércio representa uma ameaça imediata e urgente, que requer uma resposta global coordenada. Instamos todos os membros da OMC a enfrentar este desafio através da cooperação e do diálogo", defendeu.
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