Comissão Vitivinícola do Alentejo quer afastar "elefante na sala" com Mercosul

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Luís Sequeira, defendeu esta segunda-feira que, perante o "elefante na sala" das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, deve ser desbloqueado o acordo de comércio livre com o Mercosul.

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Lusa
14/04/2025 22:22 ‧ ontem por Lusa

Economia

Tarifas

"Nós, até há bem pouco tempo, tínhamos na Europa um problema sério de negociação com o Mercosul. Se calhar, é a altura, rapidamente, de desbloquearmos estas questões", afirmou Luís Sequeira, em declarações aos jornalistas, em Évora, após a cerimónia de tomada de posse como presidente da CVRA.

 

E também o mercado do Canadá poderá ser uma solução a considerar, caso avancem as tarifas dos Estados Unidos da América (EUA) aos vinhos provenientes dos países da União Europeia, acrescentou o mesmo responsável.

"Com o Canadá, onde há relativamente pouco tempo se abriu um espaço enorme, por oposição ao espaço ocupado pelos norte-americanos, constitui mais uma opção, mais uma possibilidade", disse.

Luís Sequeira, que substituiu Francisco Mateus como presidente da CVRA, foi questionado pela agência Lusa sobre a ameaça feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em meados de março, de aplicar taxas de 200% a bebidas como o vinho provenientes da União Europeia.

Na semana passada, Donald Trump anunciou a suspensão das chamadas "tarifas recíprocas" por 90 dias, sendo que estas incluíam a União Europeia.

Já hoje, o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE), Paulo Amorim, disse que "os EUA pararam as encomendas de vinhos portugueses e de vinhos da Europa".

"Estamos a enfrentar um problema terrível e não estamos a conseguir vender", afirmou, após reunir-se com outras 16 associações setoriais com os ministros da Economia e da Agricultura e Pescas, em Lisboa.

Os EUA são um dos principais mercados para a exportação dos Vinhos do Alentejo, lembrou hoje o presidente da CVRA, que considerou "natural" que exista incerteza, que é "o pior que pode existir" na economia.

A realidade atual, "o elefante na sala", é o que se passa nos Estados Unidos, que são "um mercado importantíssimo" para os Vinhos do Alentejo, mas, "quando se fecha uma porta, abre-se uma janela", defendeu.

"Qualquer que seja o desenvolvimento, mesmo que consideremos esta realidade um terramoto, as placas tectónicas têm tendência depois de encontrar um equilíbrio. O sistema, mais tarde ou mais cedo, encontra um equilíbrio", acrescentou, de forma otimista.

Admitindo não fazer "a mínima ideia" de "qual vai ser" essa solução ou equilíbrio, Luís Sequeira argumentou foi que Portugal e o setor económico do vinho, nomeadamente o do Alentejo, terão "que estar preparados e [ter] muita calma nessa hora".

"Estamos a falar de pouco mais de dois meses. Tanta coisa já aconteceu, uma coisa e o seu contrário. Vamos ter calma e vamos aguardar serenamente os desenvolvimentos, aproveitar todas as oportunidades que, entretanto, surjam. A realidade entre um acordo entre a União Europeia, o Mercosul e o Canadá não estão tão distantes como pode parecer", afiançou.

Em relação ao cargo que vai desempenhar, Luís Sequeira manifestou-se honrado por ser o novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana e destacou que "o Alentejo é uma das grandes regiões de vinhos do mundo".

Leia Também: Tarifas. Entra em vigor no Brasil lei que permite impor medidas a países

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