"Não saí da Oi por causa do investimento da PT no GES"
O ex-presidente da Portugal Telecom e da Oi, Zeinal Bava, afirmou hoje no Parlamento que a sua saída da operadora brasileira não se deveu exclusivamente ao investimento da PT no GES, admitindo que o mesmo causou crispação.
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Economia Zeinal Bava
"É óbvio que o evento Rioforte ['holding' não financeira do Grupo Espírito Santo (GES)] aumentou a crispação entre as várias partes e nós, entre estas coisas todas, temos que por a companhia em primeiro lugar", frisou o gestor, durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES.
Zeinal Bava acrescentou que entrou para a Oi com "um projeto", que tinha como objetivo último a constituição de uma grande operadora luso-brasileira.
"A minha saída da Oi não se deve apenas a só um facto. É evidente que o episódio Rioforte levantou crispação. Mas defendo que os gestores devem fazer parte da solução e não do problema", vincou.
Bava saiu da liderança da PT em junho de 2013 e passou a presidir à Oi, tendo saído do comando da operadora brasileira em outubro de 2014.
Perante as questões dos deputados sobre o investimento da PT nas 'holdings' do GES, o responsável não se alargou em comentários, uma postura assumida por Zeinal Bava desde o início da audição e que gerou mal-estar entre os deputados.
"Não me cabe a mim falar da Oi porque já não estou na Oi", sublinhou, considerando que a Oi "não tinha que saber" do investimento de quase 900 milhões de euros feito pela PT em dívida do GES, que nunca foi reembolsado.
"Se a Oi não tinha que saber, não tinha que se queixar", comentou Pedro Nuno Santo, deputado do PS, que tentava puxar de Zeinal Bava detalhes sobre o impacto desta situação na revisão dos termos do acordo de fusão entre as duas companhias.
A disposição da maioria dos deputados ficou bem expressa quando, na última ronda de perguntas, a deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, prescindiu de colocar mais questões ao ex-presidente da PT em virtude das respostas 'vazias' que iam sendo dadas.
"O senhor engenheiro Zeinal Bava tem-se furtado a responder às questões mais relevantes. Julgo que não é dignificante para ninguém e muito menos para o Parlamento", assinalou a deputada.
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